O desmatamento e as queimadas na região do Pantanal não são inéditos. No entanto, em 2020, os índices foram alarmantes. Apenas neste ano cerca de 20% do território total foi destruído. Os pesquisadores do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) afirmaram que o Pantanal enfrenta a maior queimada de sua história. Desse modo, o bioma da região, um dos mais ricos do mundo, está sendo tragicamente degradado. Além disso, as imagens dos animais mortos e feridos que circulam mostram o cenário desolador e chamam atenção para o perigo.
Muitas espécies do local já estão ameaçadas de extinção a anos. Entre elas destacam-se a arara-azul, o pássaro tuiuiú, o cervo-do-pantanal, a anta e os jacarés. As onças-pintadas também são um marco da região. O Parque Estadual Encontro das Águas possui a maior concentração de onças do mundo, mas elas estão em perigo. Nas últimas queimadas, cerca de 65% sofreu com o efeito das chamas, deixando centenas de animais sem o seu habitat natural.
Contudo, o fogo não é o único fator que coloca o bioma em risco. As ações humanas têm afetado o clima, prolongando os períodos secos e aumentando o risco de incêndios. Esse fenômeno está diretamente associado ao desmatamento, que encurta os períodos de chuva. Uma das características marcantes da região é seu relevo de planície, que chega a ficar sob as águas em determinadas épocas do ano. Contudo, a agressividade da interferência humana, que produz severas secas, tem afetado esse cenário.
Estima-se que cerca de 18% da vegetação original do Pantanal tenha sido desmatada para dar lugar a agropecuária. Grande parte desse desmatamento é ilegal e feito de modo descontrolado. Além disso, diversas práticas agrícolas estão associadas ao uso do fogo, mas são como hábitos culturais na região. De de acordo com perícias realizadas em agosto, muitos focos de incêndio foram provocados de maneira criminosa. Diante do exposto, esse tema se revela caro e urgente, de modo que está entre um dos mais importantes da atualidade no cenário brasileiro e também mundial.
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