A semana trouxe mais dados positivos de analistas do mercado financeiro em relação à atividade econômica do país em 2023. As novas projeções para a inflação do Brasil neste ano estão mais positivas, indicando que a taxa deve crescer menos que o esperado.
De acordo com o relatório Focus, que traz estimativas de analistas de mais de 100 instituições financeiras sobre indicadores econômicos do país, a inflação no Brasil deverá ficar em 4,95% neste ano. A taxa é menor que a projetada na semana passada (4,98%), sendo a oitava redução consecutiva do indicador e a segunda vez que tem queda abaixo de 5,00%.
As quedas recorrentes indicam que os analistas estão mais otimistas com a atividade econômica do país. Aliás, vale destacar que as estimativas indicavam uma inflação de 5,42% há quatro semanas, ou seja, a taxa caiu significativamente nas últimas atualizações.
A propósito, o termo inflação se refere ao aumento contínuo e generalizado dos preços de produtos e serviços. Em resumo, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE) coleta as variações dos preços e as divulgada mensalmente. E o mercado fica atento a esses dados para atualizar as previsões.
A desaceleração na inflação, bem como as recentes reduções nas projeções dos analistas, vêm acontecendo desde a entrada em vigor da nova política de preços da Petrobras, que surpreendeu parte do mercado em maio deste ano.
Em 16 de maio, a companhia anunciou a mudança em sua política de preços. Além disso, a Petrobras também anunciou a redução dos preços da gasolina, do óleo diesel e do gás de cozinha no mesmo dia. Segundo a companhia, os reajustes estavam ocorrendo devido à mudança da política de preços.
No dia 15 de junho, a Petrobras anunciou mais um reajuste no preço da gasolina, para alegria dos motoristas. Em síntese, a companhia reduziu em 4,3% o valor da gasolina comercializada para as distribuidoras.
Além disso, no último dia 1º de julho, a Petrobras reduziu mais uma vez o preço da gasolina, em 5,3%. A companhia também reajustou o valor do gás de cozinha em 3,9%, beneficiando os consumidores do país.
Todos esses reajustes ajudaram os analistas a reduzirem as suas projeções para a inflação, uma vez que os combustíveis exercem um grande impacto na taxa inflacionária do país. Como a expectativa é de queda nos preços, a inflação também deve perder força no Brasil.
O Banco Central (BC), responsável pelo relatório Focus, divulgou as novas estimativas dos analistas nesta segunda-feira (10). Cabe salientar que, mesmo com a desaceleração, as projeções para a inflação continuam acima da meta para este ano.
Isso é ruim para o país, que busca uma taxa inflacionária abaixo da meta definida, uma vez que há diversos benefícios quando isso ocorre.
Em suma, o Conselho Monetário Nacional (CMN) é o responsável pela projeção de uma meta central para a inflação do país todos os anos. Assim, o BC age para cumprir a meta definida, pois a inflação controlada traz diversos benefícios para o país, como:
Para 2023, o CMN definiu uma meta central de 3,25% para a inflação no país, podendo variar entre 1,75% e 4,75%. Isso acontece porque a entidade também define um intervalo de 1,5 ponto percentual (p.p.) para a taxa inflacionária, para cima e para baixo.
Neste sentido, caso a inflação deste ano tenha uma variação dentro desse intervalo, entre 1,75% e 4,75%, ela terá sido formalmente cumprida, mesmo superando a meta central de 3,25%.
Como visto no relatório Focus, os analistas ainda não acreditam que o Brasil cumprirá a meta, apesar das recentes reduções. Caso isso realmente aconteça, a inflação irá estourar a meta pelo terceiro ano consecutivo, ou seja, os preços de produtos e serviços vão subir mais que o esperado mais uma vez.
A saber, o Conselho Monetário Nacional é composto por:
O relatório Focus também revelou as novas projeções dos analistas sobre o PIB brasileiro. Após oito semanas de alta, o mercado manteve estáveis as projeções para o crescimento da economia brasileira em 2023, em 2,19%.
Em resumo, a decisão da Petrobras ajudou a impulsionar as estimativas para o PIB do país nas últimas semanas, que estava em 1,84% há quatro semanas. Ainda assim, o crescimento do PIB brasileiro deverá ser menor que o registrado em 2022.
Para 2024, as projeções também se mantiveram estáveis, em 1,28%, taxa bem menor que as estimativas para este ano. Em síntese, o PIB brasileiro deverá crescer com menos intensidade em 2023 e 2024 por causa dos impactos provocados pela pandemia da covid-19 e pela guerra entre Rússia e Ucrânia, cujos desafios ainda são muito presentes em todo o mundo.
Por fim, os analistas reduziram as estimativas para a taxa Selic, de 12,25% para 12,00% neste ano. Já para 2024, os juros deverão encerrar o ano em 9,50%, patamar ainda elevado e que continuará afetando a renda dos brasileiros, reduzindo o poder do consumidor.