Professores se sentem inseguros para a volta às aulas na pandemia
Em março deste ano, quando houve confirmação dos primeiros casos de pessoas com covid-19 no Brasil, as instituições de ensino de todo o país suspenderam as aulas presenciais. Assim, por conta das incertezas causadas pela pandemia e em respeito às medidas de distanciamento social, as aulas passaram a ocorrer de forma remota.
Desse modo, professores e educadores precisam repensar suas práticas de ensino para adequar suas metodologias ao novo formato. É importante lembrar que a maioria não possui formação para atuar na modalidade EaD.
Desde o início desse processo o Instituto Península (IP) tem monitorado a trajetória e desafios dos professores por meio da pesquisa “Sentimento e percepção dos professores brasileiros nos diferentes estágios do coronavírus do Brasil”.
Alguns resultados da pesquisa
A pesquisa conta com várias fases, pois acompanha os diversos estágios da pandemia no país. Com isso, a sua terceira fase mostra a maior parte dos docentes questionados se sente ansioso (64%) e sobrecarregado (53%).
Entre os principais desafios para o ensino remoto na pandemia está a falta de estrutura e de acesso à internet dos alunos. Além disso, os professores acreditam que o ensino remoto afeta a percepção de aprendizagem, de modo que 41% dos professores afirmaram que poucos alunos aprenderam o esperado.
A pesquisa mostra ainda que 69% das escolas não têm previsão de retorno presencial, enquanto em 21% está prevista a volta parcial e, em 9%, a volta total das aulas. Apesar de o retorno estar acontecendo em alguns estados e estar em fase de planejamento em outros, os docentes não se sentem seguros ou confortáveis para voltar às aulas.
De acordo com o as respostas dadas ao Instituto, em uma escala de 0 a 5, sendo 5 muito confortável, a média é de 1,07. Os professores temem as condições de segurança para o retorno por conta do risco de contágio.
Apesar disso, muitas organizações como o Unicef, por exemplo, vêm pressionando as nações para priorizar a volta às aulas. Educadores e instituições temem o aumento do abandono e da evasão escolar por parte dos alunos, após tanto tempo longe das salas de aulas.
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