As palavras da língua portuguesa podem ser classificadas em primitivas, derivadas, simples e compostas. As palavras primitivas são aquelas que não vieram de outras palavras como flor e cor, por exemplo. Já as palavras derivadas são aquelas que provêm de outra palavra, ou seja, cuja origem retoma uma palavra já existente, como é o caso de floricultura.
O que diferencia as palavras simples das compostas, por outro lado, é que as primeiras têm há apenas um radical, enquanto as compostas possuem dois radicais. Nesse sentido, as palavras derivadas e compostas surgem a partir dos processos de formação de palavras: derivação e composição.
A formação de novos vocábulos por meio da composição pode ser por justaposição ou por aglutinação. Na justaposição, há a união de termos sem que os radicais sofram qualquer alteração em sua estrutura, ou seja, as palavras são postas uma ao lado da outra, como nos seguintes exemplos: surdo-mudo, guarda-chuva, girassol e para-raios.
A aglutinação, por sua vez, provoca a alteração de um dos termos envolvidos na composição. Nesse sentido, dois ou mais radicais se unem na formação de uma nova palavra e um deles perde sua integridade sonora. Exemplos: planalto (plano alto), hidroelétrica (hidro e elétrica), vinagre (vinho e acre), etc.
A derivação é o tipo de processo de formação de palavras que acontece por meio do acréscimo de afixos. Desse modo, pode ser por prefixação, sufixação, ou parassintética, podendo ainda haver a derivação regressiva ou a derivação imprópria.
Na derivação por prefixação, há o acréscimo de um prefixo:, ou seja, um afixo é adjungido no início da palavra como, por exemplo, desleal, infeliz, amoral, desfazer, impaciente etc. Já na sufixação, a palavra nova é obtida por acréscimo de sufixo: lealdade, felizmente, beleza, estudante.
A derivação parassintética é aquela por meio da qual as novas palavras surgem pelo acréscimo simultâneo de prefixo e de sufixo: entardecer, emagrecer, abençoar etc.
As derivações regressiva e imprópria, por outro lado, não acontecem por meio de acréscimo de afixos. Na derivação regressiva, há a formação de uma nova palavra a partir da redução da palavra primitiva, por exemplo: beijo (beijar), janta (jantar), debate (debater), perda (perder), etc.
Por fim, a derivação imprópria consiste na mudança da classe gramatical da palavra. A palavra derivada surge a partir da mudança de categoria gramatical da palavra primitiva, ou seja, não há alteração da forma. É o caso de verde nas frases abaixo:
Ganhei um vestido verde de minha madrinha.
O verde de teus olhos desconsertou o rapaz.
Na primeira frase, a palavra verde funciona como adjetivo, sua classificação usual, mas na segunda frase a palavra funciona como substantivo.
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