O Banco Central (BC) divulgou sua projeção de crescimento para o volume de crédito bancário em 2023, estimando um aumento de 7,7%. Em suma, essa previsão teve uma pequena elevação em relação à anterior, que era de 7,6%, e está alinhada ao cenário de desaceleração do crédito, compatível com o ciclo de aperto monetário que vem sendo aplicado com a elevação da taxa Selic, os juros básicos da economia.
Previsão de crescimento do crédito ainda em 2023: Banco Central prevê aumento de 7,7%
O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central tem mantido a taxa Selic em 13,75% ao ano desde o ano passado, o maior nível em anos, mesmo diante da queda da inflação e das pressões governamentais para a sua redução.
Resumidamente, a taxa Selic é uma ferramenta crucial para atingir a meta de inflação, já que seu ajuste influencia os preços, tornando o crédito mais caro e incentivando a poupança, evitando assim uma demanda excessiva. Entretanto, as consequências do aperto monetário se manifestam através do encarecimento do crédito e da desaceleração da atividade econômica.
Segmentação do crédito: livre e direcionado
No mercado de crédito, podemos identificar duas categorias principais: crédito livre e crédito direcionado. No âmbito do crédito livre, os bancos têm a liberdade de emprestar os recursos obtidos no mercado e determinar as taxas de juros aplicadas aos clientes.
Por outro lado, o crédito direcionado é regulamentado pelo governo e tem sua destinação principalmente voltada para os setores habitacional, rural, de infraestrutura e microcrédito.
Projeções por segmento de crédito
Conforme informações da Agência Brasil, a nova estimativa do Banco Central leva em conta os dados atualizados do mercado de crédito e a revisão do cenário macroeconômico futuro.
A projeção de crescimento do estoque de crédito livre para pessoas físicas aumentou de 8% para 9%. Desse modo, esse aumento reflete a maior resiliência observada nas concessões até abril de 2023.
Crédito livre para empresas
A projeção de crescimento do crédito livre para empresas foi reduzida de 6% para 3%. Em resumo, esse cenário decorre de uma desaceleração mais acentuada do que o previsto no primeiro quadrimestre do ano.
Sendo influenciado, em parte, pela oferta de crédito relativamente restrita no início do período, em decorrência das condições gerais da economia, incluindo o estágio atual do ciclo monetário, e das consequências do caso Americanas.
Crédito direcionado para pessoas físicas
Nesse setor, a estimativa de crescimento do saldo foi elevada de 9% para 11%, impulsionada pelo aumento na oferta de crédito rural no início do ano. No entanto, a desaceleração leve do crédito imobiliário também impactou a revisão, mesmo diante da retração nas concessões desde meados de 2021.
Crédito direcionado para pessoas jurídicas
Segundo informações oficiais, a projeção para o crescimento do crédito direcionado a empresas foi mantida em 7%, indicando estabilidade nesse setor. Certamente, a projeção de crescimento do crédito bancário aponta para uma desaceleração geral, influenciada pelo ciclo de aperto monetário e a elevação da taxa Selic.
Uma vez que o crédito livre para empresas registra uma desaceleração mais intensa, enquanto o crédito direcionado para pessoas físicas mostra maior resiliência, com destaque para o segmento rural.
A importância das projeções do Banco Central
É importante ressaltar que as revisões realizadas pelo Banco Central levam em consideração as flutuações do mercado e os impactos econômicos de eventos relevantes. Diante desse cenário, é essencial que investidores, empresários e consumidores estejam atentos às tendências do mercado de crédito.
Isto posto, fica evidente a necessidade de acompanhar as projeções oficiais do Banco Central do Brasil. Bem como, as decisões que permeiam as reuniões do Copom, de modo que todos estes fatores impactam a economia nacional.