Economia

Prévia da inflação vem abaixo do esperado; Veja o que isso significa

A prévia da inflação veio mais fraca que o esperado em janeiro. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) subiu 0,31% no primeiro mês de 2024.

Em resumo, a variação desacelerou em relação ao mês anterior (0,40%). Além disso, foi bem menor que as estimativas de analistas do mercado financeiro, que acreditavam em uma alta de 0,47%, em média.

Também vale destacar que a variação foi a menor para meses de janeiro dos últimos cinco anos. A última vez que a prévia da inflação havia ficado tão baixa no primeiro mês de um ano foi em 2019 (0,30%), antes da pandemia da covid-19.

Como a inflação impacta a vida das pessoas?

Muitas pessoas não entendem bem o que significa inflação e qual a sua importância para o país. Em suma, o termo se refere ao aumento contínuo e generalizado dos preços de bens e serviços.

Por exemplo, a variação dos preços nos supermercados, nos postos de gasolina e nas farmácias afeta a população brasileira. Quando os preços sobem, as pessoas precisam pagar mais caro para adquirir os itens. Por outro lado, quando os valores caem, os consumidores conseguem economizar um pouco.

Inflação também coleta as variações nos preços dos serviços, como energia elétrica e plano de saúde. Em outras palavras, o IBGE informa o comportamento dos preços de produtos e serviços no país, indicando quais grupos apresentaram as variações mais intensas em cada período.

De acordo com o IBGE, o principal objetivo do IPCA-15 é “medir a inflação de um conjunto de produtos e serviços comercializados no varejo, referentes ao consumo pessoal das famílias, cujo rendimento varia entre 1 e 40 salários mínimos, qualquer que seja a fonte de rendimentos“.

Variação dos preços em janeiro

O IBGE revelou que sete dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados registraram aumento dos seus preços em janeiro, na comparação com o mês anterior.

Embora isso também tenha acontecido em dezembro, com os preços de sete grupos subindo, as variações foram mais tímidas neste mês. Por isso que a prévia da inflação ficou mais leve em janeiro.

Confira abaixo quais foram os grupos pesquisados pelo IBGE cujos preços subiram neste mês:

  • Alimentação e bebidas: 1,53%;
  • Despesas pessoais: 0,56%;
  • Saúde e cuidados pessoais: 0,56%;
  • Educação: 0,39%;
  • Habitação: 0,33%;
  • Artigos de residência: 0,26%;
  • Vestuário: 0,22%.

De acordo com o IBGE, o grupo alimentação e bebidas voltou a exercer o maior impacto positivo no IPCA-15, de 0,32 ponto percentual (p.p.). O avanço superou até mesmo a inflação geral do Brasil (0,31%), mas a taxa nacional não ficou tão elevada devido aos grupos que registraram queda nos preços.

Seja como for, o avanço do grupo alimentação e bebidas foi influenciado pela alimentação no domicílio, cujos preços subiram 2,04% em janeiro, acelerando em relação a dezembro (0,55%).

Veja abaixo os alimentos que ficaram mais caros no Brasil em janeiro:

  1. Batata-inglesa: 25,95%;
  2. Tomate: 11,19%;
  3. Arroz: 5,85%;
  4. Frutas: 5,45%;
  5. Carnes: 0,94%.

Grupo transportes limita inflação

Embora os preços de sete grupos tenham subido em janeiro, impactando o IPCA-15, o grupo transportes registrou forte queda dos preços no mês. Esse resultado foi suficiente para limitar a alta da inflação do Brasil no mês.

A saber, o principal item que puxou a inflação do grupo para baixo em janeiro foi passagem aérea. Em síntese, os preços haviam disparado 9,02% em dezembro, mas caíram 15,24% em janeiro, impactando a inflação em -0,16 p.p.

O IBGE também revelou que os preços gerais dos combustíveis caíram 0,63% no mês, intensificando o recuo em relação a dezembro, quando caíram 0,27%. Os valores caíram devido às quedas nos preços do etanol (-2,23%), do óleo diesel (-1,72%) e da gasolina (-0,43%). Por outro lado, o gás veicular ficou 2,34% mais caro.

Preços das passagens aéreas caem em janeiro e limitam alta da inflação no Brasil. Imagem: Pixabay.

Inflação sobe em 10 dos 11 locais pesquisados

Neste mês, o IPCA-15 subiu devido ao aumento dos preços na maioria dos locais pesquisados pelo IBGE. Aliás, a taxa acelerou porque 10 dos 11 locais pesquisados registraram preços mais elevados de produtos e serviços.

Em resumo, o IPCA-15 analisa a variação dos preços em nove regiões metropolitanas do país: Belém, Belo Horizonte, Curitiba, Fortaleza, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro, Salvador e São Paulo. Além destas, a coleta de dados também acontece em Brasília e no município de Goiânia.

Veja as taxas de agosto nos locais pesquisados pelo IBGE:

  • Belo Horizonte: 0,88%;
  • Fortaleza: 0,69%;
  • Belém: 0,63%;
  • Rio Janeiro: 0,43%;
  • Porto Alegre: 0,42%;
  • Recife: 0,36%;
  • Salvador: 0,35%;
  • Curitiba: 0,28%;
  • Goiânia: 0,24%;
  • São Paulo: 0,10%;
  • Brasília: -0,41%.

Quanto aos índices regionais, dez áreas tiveram alta em janeiro. A maior variação foi registrada em Belo Horizonte (0,88%), por conta das altas em ônibus urbano (9,33%) e na batata-inglesa (34,30%). Já o menor resultado ocorreu em Brasília (-0,41%), que apresentou queda nos preços da passagem aérea (-21,31%) e na gasolina (-3,72%)“, explicou o IBGE.