Os preços do aluguel subiram novamente no país, para tristeza dos brasileiros que vivem em imóveis locados. De acordo com o Índice de Variação de Aluguéis Residenciais (IVAR), o valor dos aluguéis residenciais subiu 0,61% em junho, na comparação com o mês anterior, sexta alta consecutiva.
Essa nova alta pesou no orçamento das famílias que vivem de aluguel no país e a variação dos preços acelerou em relação a maio (0,21%). Contudo, a alta ficou bem menor que os avanços registrados nos quatro primeiros meses de 2024: janeiro (4,34%), fevereiro (1,79%), março (1,06%) e abril (1,40%).
Os últimos resultados sinalizam que as variações do aluguel vêm apresentando uma desaceleração, apesar de continuarem em alta. Tanto que os números de maior e junho foram os mais leves do ano.
Preço do aluguel acumula alta de 10,66% em 12 meses
Com o acréscimo da variação de junho, o IVAR passou a acumular uma alta de 10,66% nos últimos 12 meses. Esse percentual ficou acima da taxa acumulada nos últimos 12 meses até maio, de 9,45%, ou seja, os preços do aluguel ficaram ainda mais caros no país, para tristeza dos brasileiros.
Vale destacar que, com o avanço na base anual, a taxa se aproximou do recorde registrado pela série histórica, iniciada em janeiro de 2019. A saber, o maior valor acumulado em 12 meses foi observado em outubro de 2022, quando o IVAR chegou a 11,56%, variação um pouco superior à registrada em 12 meses até junho deste ano.
O Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV IBRE), responsável pelo levantamento, atualizou os dados nesta semana.
Preço do aluguel dispara em São Paulo
Em suma, a aceleração do IVAR em junho ocorreu principalmente por causa da forte alta nos preços dos alugueis residenciais em São Paulo. Porto Alegre também registrou alta dos preços, impulsionando a média nacional.
Por outro lado, os preços caíram no Rio de Janeiro e em Belo Horizonte, após forte avanço observado no mês anterior. Esses resultados limitaram a alta nacional, mas não conseguiram impedir o encarecimento do aluguel no país.
Veja abaixo as variações registradas no mês passado:
- São Paulo: 3,55%;
- Porto Alegre: 0,77%;
- Belo Horizonte: -2,76%;
- Rio de Janeiro: -5,01%;
A título de comparação, os preços haviam subido em três dos quatro locais em maio. Naquele mês, a única variação negativa foi registrada no São Paulo (-4,00%). Contudo, dessa vez, a capital paulista apresentou a única alta no mês, passando da última para a primeira posição.
Aliás, os dados indicam que o grande destaque negativo de junho foi São Paulo, cujos preços tiveram um avanço bastante intenso, dificultando a vida das pessoas que alugaram imóveis residenciais na capital paulista no período.
Em contrapartida, o Rio de Janeiro se destacou positivamente para a população, que se beneficiou com uma forte queda nos preços dos alugueis residenciais em relação a maio, após registrar uma alta expressiva dos preços naquele mês.
Em síntese, o Rio de Janeiro apresentou a maior variação de preços entre maio e junho, de 9,56 pontos percentuais (p.p.). Também tiveram variações bastante expressivas: São Paulo (7,55 p.p.) e Belo Horizonte (7,38 p.p.). Já a capital Porto Alegre teve uma variação de 2,97 p.p. no período.
Veja a variação dos preços acumulada em 12 meses
Vale destacar que cada local exerce um impacto único no índice, e São Paulo, por ser a maior economia do país, influencia de maneira mais intensa o indicador. Por isso que a variação dos preços acelerou no mês, apesar das fortes quedas registradas no Rio de Janeiro e em Belo Horizonte.
Com o acréscimo das variações observadas em junho, as cidades pesquisadas pelo FGV IBRE passaram a acumular as seguintes variações nos últimos 12 meses:
- Belo Horizonte (12,09% para 14,71%);
- Porto Alegre (11,50% para 12,50%);
- Rio de Janeiro (12,56% para 9,97%);
- São Paulo (5,27% para 7,34%).
Em junho, Belo Horizonte voltou a apresentar a maior variação anual, ultrapassando o Rio de Janeiro, que ficou na posição nos três meses anteriores. A capital fluminense vinha registrando a maior alta nos preços dos alugueis residenciais a nível anual desde março, mas caiu para a terceira posição em junho, para alívio dos moradores da capital mineira.
Entenda o indicador da FGV
Em resumo, o indicador tem o objetivo de “medir a evolução mensal dos valores de aluguéis residenciais do mercado de imóveis no Brasil“, segundo a FGV.
Para a sua composição, o indicador utiliza “valores de contratos fornecidos por um conjunto de agentes do mercado imobiliário que fazem a intermediação de operações de locação”, conforme explica a Fundação Getulio Vargas.
“O Índice de Variação de Aluguéis Residenciais (IVAR) mede a evolução mensal dos valores de aluguéis residenciais em quatro das principais capitais brasileiras com base em informações anonimizadas de contratos de locação obtidas pelo FGV IBRE junto a empresas administradoras de imóveis, representando um aprimoramento das estatísticas acerca de aluguéis residenciais do FGV IBRE“, informa a entidade.
A propósito, o levantamento segue um mesmo imóvel ao longo do tempo, abrangendo as características dos diferentes contratos firmados. Isso acontece como “parte da dinâmica natural do mercado”, pois os valores coletados se referem de maneira efetiva aos preços “desembolsados pelos locatários em cada período do tempo”.
Por fim, a FGV IBRE ressalta que essas informações são ideais para o cálculo do IVAR, uma vez que o índice reflete a “evolução dos fundamentos do mercado imobiliário“.