No primeiro trimestre de 2023, o mercado brasileiro de aparelhos celulares registrou baixa de 11% em unidades vendidas, segundo o estudo IDC Brazil Mobile Phone Tracker Q1/2023, da IDC Brasil, consultoria especializada nas indústrias de Tecnologia da Informação e Telecomunicações. No período, foram comercializados 9,94 milhões de smartphones e feature phones, cerca de 1,24 milhão a menos do que nos mesmos meses do ano anterior.
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O estudo mostra que a faixa de preço dos celulares mais vendidos no trimestre foi a de R$ 700 a R$ 999, representando 26% do total de vendas. Com isso, o ticket médio das vendas caiu e a receita dos meses de janeiro, fevereiro e março desse ano somaram cerca de R$ 15,2 bilhões, resultado 32,8% menor do que no mesmo período de 2022.
No final do ano passado, a consultoria observou que os fabricantes passarem a apostar mais na venda de aparelhos acima de mil reais. Com a expectativa de que o consumidor não teria a mesma condição financeira no início de 2023, parte dos principais fabricantes optou por disponibilizar um maior volume de modelos mais baratos ou realizou promoções que contribuíram para uma redução no preço médio dos smartphones no período.
Com isso, no primeiro trimestre de 2023, em comparação aos mesmos meses de 2022, o preço médio dos aparelhos celulares no Brasil diminuiu 24,4%. Os feature phones, que são os celulares tradicionais, passaram de R$ 151 para R$ 168, um aumento de 11,14%, enquanto os smartphones decaíram 24,9%, de R$ 2.116 para R$ 1.589.
O que os consumidores buscam
Segundo a pesquisa da IDC Brasil, o preço ainda é fator prioritário para o consumidor, mas que as especificações do aparelho são cada vez mais levadas em consideração. Por isso, os consumidores que ainda não têm recursos para adquirir um smartphone ainda recorrem ao feature phone, que seguem como uma alternativa.
No entanto, a consultoria observa que esse mercado vem perdendo força a cada ano e deve se manter prioritariamente entre os consumidores que não se adaptaram ao smartphone ou que necessitam apenas das funções básicas do aparelho.
Dos 9.947.195 aparelhos vendidos entre janeiro e março de 2023, 9.514.227 foram smartphones e apenas 432.968 foram feature phones. Em termos percentuais, as categorias tiveram redução de unidades vendidas, respectivamente, 10,6% e 19,32% no comparativo com o 1º trimestre de 2022.
Já em relação à conectividade, o volume de smartphones habilitados ao 5G vem crescendo rapidamente no mercado, sendo que, nos primeiros três meses do ano, teve uma alta de 31% em relação ao último trimestre de 2022. Aparentemente, o consumidor tem demonstrado um maior interesse em adquirir um smartphone com 5G habilitado.
De olho nisso, as fabricantes aumentaram a disponibilidade desses aparelhos no mercado, o que contribuiu para uma maior competitividade de preço, deixando ainda mais atrativo ao consumidor os aparelhos com esse recurso.
O mercado cinza – vendas de aparelhos importados sem nota fiscal – teve uma retração de 20,18% nas vendas nos primeiros três meses de 2023 em relação ao mesmo período do ano passado. No início desse ano, as ações promocionais tornaram mais atrativas as aquisições de um celular no mercado oficial para os potenciais compradores do mercado cinza.
Mas a queda no resultado do grey market foi uma situação pontual e não indica que vá se tornar tendência, diz a IDC Brasil, que afirma que o segmento ainda deverá ter uma participação sólida no Brasil.
Projeções da IDC Brasil
Para o segundo trimestre, a IDC Brasil prevê um resultado próximo aos primeiros três meses do ano, mas ainda assim, inferior ao mesmo período do ano anterior. No entanto, isso não é um mal sinal, pois o resultado dos três primeiros meses de 2023 ficou acima das expectativas, o que pode ser um indício de que parte significativa dos consumidores está mais disposta a realizar a troca ou aquisição de um novo smartphone já no segundo trimestre.
A análise de mercado considera que os aparelhos habilitados com 5G terão um valor promocional ainda mais atrativo, a partir do segundo trimestre, e vão ganhar a prioridade entre os consumidores. Já o segundo semestre de 2023 tende a ser bastante desafiador, apesar da expectativa de melhora em relação à segunda metade de 2022.