Preço dos aluguéis residenciais sobe 4,20% em janeiro, diz FGV

Preço dos aluguéis residenciais SOBE 4,20% em janeiro, revela FGV

Indicador mede a evolução mensal dos aluguéis residenciais em quatro capitais: Rio de Janeiro, São Paulo, Porto Alegre e Belo Horizonte

O preço dos aluguéis residenciais teve uma forte alta de 4,20% em janeiro, na comparação com dezembro do ano passado. O avanço sucede a queda de 1,19% registrada no mês anterior, ou seja, representa uma aceleração firme em relação a dezembro.

Com o acréscimo desse resultado, o Índice de Variação de Aluguéis Residenciais (IVAR) passou a acumular uma variação de 10,74% nos últimos 12 meses até janeiro. Esse percentual ficou acima da taxa acumulada nos últimos 12 meses até dezembro, de 8,25%.

Embora a taxa anual tenha acelerado, ainda está abaixo do recorde registrado pela série histórica, que teve início em janeiro de 2019. Aliás, o maior valor anual foi observado em outubro do ano passado, quando chegou a 11,56% entre novembro de 2021 e outubro de 2022.

O Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV Ibre), responsável pelo levantamento, atualizou os dados nesta terça-feira (7).

Preço do aluguel disparou em Porto Alegre

Em suma, a forte alta do IVAR em janeiro ocorreu devido aos avanços registrados em todas as quatro cidades pesquisadas. No entanto, vale destacar que a maior influência veio de Porto Alegre, onde os preços dispararam mais de 10%.

Veja abaixo as altas registradas nos locais pesquisados:

  • Porto Alegre: 10,15%
  • São Paulo: 2,84%
  • Rio de Janeiro: 1,45%
  • Belo Horizonte: 0,72%

A título de comparação, os preços haviam caído em todas as quatro cidades em dezembro. O maior recuo no último mês de 2022 veio do Rio de Janeiro (-2,41%), seguido por Porto Alegre (-1,09%), São Paulo (-1,06%) e Belo Horizonte (-0,46%). Esses resultados fizeram a taxa nacional cair 1,19% em dezembro, resultado bem diferente do registrado em janeiro.

A propósito, com o acréscimo das variações observadas em janeiro, as cidades pesquisadas pelo FGV Ibre passaram a acumular as seguintes variações nos últimos 12 meses:

  • Porto Alegre (7,15% para 16,79%).
  • Belo Horizonte (11,31% para 9,82%);
  • Rio de Janeiro (8,34% para 8,51%);
  • São Paulo (7,80% para 8,20%);

Em janeiro, a alta em Porto Alegre foi tão significativa, que fez o local passar da última posição, em dezembro, para a primeira posição. Aliás, a diferença para a segunda maior taxa, registrada por Belo Horizonte, ficou bastante expressiva.

Por falar em BH, o local foi o único a apresentar recuo em sua taxa interanual em janeiro. E isso aconteceu porque a cidade foi a que teve a menor variação mensal, para alívio dos consumidores que alugaram imóveis residenciais no local.

Entenda o indicador da FGV

Em resumo, o indicador tem o objetivo de “medir a evolução mensal dos valores de aluguéis residenciais do mercado de imóveis no Brasil”, segundo a FGV.

Para a sua composição, o indicador utiliza “valores de contratos fornecidos por um conjunto de agentes do mercado imobiliário que fazem a intermediação de operações de locação”, conforme explica a Fundação Getulio Vargas.

“O Índice de Variação de Aluguéis Residenciais (IVAR) mede a evolução mensal dos valores de aluguéis residenciais em quatro das principais capitais brasileiras com base em informações anonimizadas de contratos de locação obtidas pelo FGV Ibre junto a empresas administradoras de imóveis, representando um aprimoramento das estatísticas acerca de aluguéis residenciais do FGV Ibre”, informa a entidade.

A propósito, o levantamento segue um mesmo imóvel ao longo do tempo, abrangendo as características dos diferentes contratos firmados. Isso acontece como “parte da dinâmica natural do mercado”, pois os valores coletados se referem de maneira efetiva aos preços “desembolsados pelos locatários em cada período do tempo”.

A FGV Ibre ressalta que essas informações são ideais para o cálculo do IVAR, uma vez que o índice reflete a “evolução dos fundamentos do mercado imobiliário”.

Inflação da construção civil segue elevada no país

De acordo com o Índice Nacional da Construção Civil (Sinapi), medido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a inflação da construção civil disparou 10,90% em 2022. Embora a taxa tenha sido bastante elevada, representa uma desaceleração em relação a 2021, quando os preços saltaram 18,65% no país.

Os custos da construção continuam muito elevados no país, mesmo com a taxa desacelerando na comparação anual. Em síntese, quando isso acontece, a população é quem mais sofre, pois isso acaba encarecendo os imóveis, e os alugueis seguem a mesma trajetória, registrando fortes altas, como a observada em janeiro pelo IVAR.

Na verdade, o mercado imobiliário brasileiro enfrentou grandes desafios em 2022, com uma forte queda no número de lançamentos de imóveis. No entanto, as expectativas do setor para este ano são mais positivas.

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