Preço do aluguel de imóveis residenciais sobe 8% no 1º semestre de 2024
Preços dos imóveis residenciais subiram bem mais que a inflação oficial do Brasil em 2024, com Brasília e Salvador liderando as altas
Os brasileiros que alugaram imóveis residenciais no primeiro semestre de 2024 sofreram com o aumento dos valores destas locações. De acordo com o Índice FipeZap+ de Locação Residencial, o preço médio do aluguel de imóveis residenciais subiu 8,02% no primeiro semestre deste ano.
O avanço registrado nos seis primeiros meses de 2024 superou fortemente a inflação oficial do país no período (2,48%). Além disso, a taxa também ficou bem mais elevada que o índice conhecido como “inflação do aluguel”.
Em síntese, o Índice FipeZap coleta preços e analisa o comportamento do mercado imobiliário em 11 capitais e 14 cidades brasileiras. Com posse desses dados, a Fipe divulga uma média de variação mensal dos preços, baseando-se em anúncios imobiliários publicados na internet, comparando os preços com os valores do mês anterior.
Preço do aluguel supera inflação do Brasil
O aumento nos preços do aluguel de imóveis residenciais teve um desempenho muito forte no primeiro semestre deste ano. A saber, houve encarecimento em todos os 25 locais pesquisados em junho, com o indicador subindo 1,43% em relação a maio. Na verdade, os preços subiram de maneira disseminada em todos os meses de 2024.
A saber, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subiu 0,21% em junho, impulsionado pelo grupo alimentação e bebidas, cujos preços subiram 0,44%. O grupo exerceu o maior impacto no indicador, de 0,10 ponto percentual, apesar de ter desacelerado em relação a maio (0,62%). O indicador é considerado a inflação oficial do país.
Já na comparação com o Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M), o resultado também ficou divergente. Em suma, o indicador subiu 0,81% em junho, ficando acima do IPCA. Já no acumulado do semestre, o indicador subiu apenas 1,10% no país, abaixo tanto o IPCA quanto o Índice FipeZap. A propósito, o IGP-M é considerado a “inflação do aluguel”.
Todos estes dados mostram que, de uma forma ou de outra, os proprietários de imóveis residenciais aumentaram o valor da locação de imóveis em 2024, superando fortemente os demais indicadores que influenciam a variação da inflação no país.
Veja a variação dos preço nas capitais no 1º semestre
No primeiro semestre de 2024, o Índice FipeZap+ de Locação Residencial subiu no país, impulsionado por todas as capitais pesquisadas. A cidade com o maior reajuste no período foi Brasília, cujos preços do aluguel residencial dispararam 13,93%, taxa quase duas vezes maior que a nacional. Da mesma forma, Salvador também apresentou uma forte variação no período, de 13,52%.
Confira abaixo a variação registrada por cada capital no semestre:
- Brasília: 13,93%;
- Salvador: 13,52%;
- Curitiba: 11,10%;
- Porto Alegre: 9,47%;
- Belo Horizonte: 9,25%;
- Recife: 8,71%;
- Florianópolis: 7,89%;
- São Paulo: 6,53%;
- Rio de Janeiro: 5,88%;
- Fortaleza: 5,70%;
- Goiânia: 5,16%.
Aluguel está 14,86% mais caro em 12 meses
O levantamento da Fipe também revelou que o preço do aluguel residencial subiu 14,86% no acumulado dos últimos 12 meses até junho. Por exemplo, a locação de um imóvel que custava R$ 1.000 em junho de 2023 subiu para R$ 1.148,60 em junho deste ano.
O IPCA teve uma alta bem mais modesta em 12 meses, de 4,23%. Na comparação com o Índice FipeZap+, o avanço do IPCA foi 3,5 vezes menor, refletindo a dificuldade dos brasileiros que moram de aluguel de pagar os valores de locação. Já em relação ao IGP-M, a taxa acumulada em 12 meses subiu 2,45%, avanço ainda menor, que afetou menos a renda dos consumidores.
Preço médio de locação residencial
No mês de junho, o preço médio da locação residencial chegou a R$ 45,92 para cada metro quadrado. Assim, ao considerar esse valor como uma base, o aluguel de um apartamento de 50 metros quadrados custaria, em média, R$ 2.296.
Embora esse valor tenha sido bastante elevado, ficou bem menor que o valor mensal de locação de um imóvel de 50 metros em São Paulo, que teve o metro quadrado mais caro entre as capitais pesquisadas. Em média, o valor chegou a R$ 2.750,50 em março em São Paulo.
Aliás, confira abaixo os valores mais elevados observados em março entre as capitais:
- São Paulo (SP): R$ 55,01/m²;
- Florianópolis (SC): R$ 53,71/m²;
- Recife (PE): R$ 51,43/m²;
- Rio de Janeiro (RJ): R$ 47,85/m²;
- Brasília (DF): R$ 46,54/m²;
- Curitiba (PR): R$ 40,33/m²;
- Belo Horizonte (MG): R$ 40,04/m²;
- Goiânia (GO): R$ 38,10/m²;
- Salvador (BA): R$ 37,73/m²;
- Porto Alegre (RS): R$ 34,67/m²;
- Fortaleza (CE): R$ 30,06/m².
Dentre as capitais, apenas São Paulo, Florianópolis, Recife, Rio de Janeiro e Brasília tiveram valores acima da média nacional. Já as outras seis capitais pesquisadas apresentaram valores mais baixos que o nacional.
Por fim, vale destacar que os imóveis residenciais pesquisados que tinham apenas um dormitório apresentaram preços médios de R$ 60,26/m² em junho. Já os imóveis com três dormitórios foram locados por R$ 39,79/m², em média.