A cesta básica, formada por alimentos necessários para refeições de um adulto, sofreu aumento em todas as capitais brasileiras em 2020. A informação foi divulgada pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).
As capitais que apresentaram maior alta no valor da cesta básica foi Salvador, com aumento de 32,89%, e Aracaju, com aumento de 28,75%. Em Salvador, a cesta básica passou a custar R$ 479,08 e em Aracaju, R$ 453,16. Já as cidades que apresentaram as cestas básicas de maior valor foram São Paulo e Rio de Janeiro. As cestas nessas capitais custam R$ 631,46 e R$ 621,09, respectivamente. Os valores são de dezembro de 2020.
O levantamento feito pelo Dieese concluí que esse aumento no valor aconteceu por fatores climáticos, desvalorização do câmbio e alto volume de exportações. Nos fatores climáticos, há períodos de chuvas intensas e de estiagem tendo impacto direto no preço das cestas básicas.
Entre os itens da cesta que têm maior peso no bolso dos brasileiros estão a carne bovina de primeira, leite UHT, manteiga, arroz agulhinha, batata, óleo de soja, açúcar, farinha de trigo, pão francês e tomate.
Quando o custo da cesta básica é comparado ao salário mínimo líquido, após ser descontado o valor da Previdência social, conclui-se que o brasileiro comprometeu uma média de 56,57% do pagamento para comprar alimentos básicos. Os cálculos são feitos com valores de dezembro. Dessa forma, de acordo com o Dieese, o salário mínimo necessário para o brasileiro deveria ser de R$ 5.304,90.
Com o salário mínimo a R$ 1.045 em 2020 e a cesta básica custando R$ 631,46 em São Paulo, onde o valor é o maior do país, o brasileiro comprometeria 53,45% para comprar os alimentos básicos para sobrevivência. O percentual foi o maior desde 2008, quando o brasileiro comprometia 57,68%. Aracaju e Natal têm as cestas mais baratas do Brasil, custando R$ 453,16 e R$ 458,79, respectivamente.