Comprar uma cesta básica virou uma tarefa difícil para a população mais vulnerável neste último mês de fevereiro. De acordo com informações do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE), o preço dos produtos alimentícios básicos cresceu em todas as capitais que registram os seus números.
O DIEESE divulgou essas informações no final desta última semana. De acordo com o departamento, 17 capitais brasileiras liberam os seus números para análise do departamento. Todas elas registraram um aumento no preço para o consumidor final, ou seja, o cidadão que entra no mercado para fazer as compras.
Segundo os dados, a maior alta foi registrada na cidade de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul. Por lá, o preço da cesta básica subiu 3,4% em fevereiro em relação ao que se registrou no mês de janeiro. A capital gaúcha foi seguida pelas cidades de Campo Grande (+2,78%), Goiânia (+2,59%) e também Curitiba (+2,57%).
No que se refere aos valores concretos, o DIEESE divulgou que a cesta básica mais cara do país em fevereiro é a da cidade de São Paulo. Por lá, a média do preço ficou na casa dos R$ 715,65. A lista das cestas mais caras segue com Florianópolis (R$ 707,56), Rio de Janeiro (R$ 697,37) e Porto Alegre (R$ 695,91).
Todas as capitais do Nordeste, que divulgam os seus números, também registraram aumento no valor da cesta básica em relação aos meses de janeiro e fevereiro deste ano. Entretanto, por lá os preços ainda são menores do que essa média geral. Em Aracaju, por exemplo, a média de preço de fevereiro foi de R$ 516,82.
Motivos do aumento da cesta básica
O consumidor final começou a sentir este aumento em fevereiro por causa de uma série de razões. Um desses motivos é o preço do feijão. O cidadão que consome esse item precisou desembolsar um valor mais alto nas últimas semanas.
Em Belo Horizonte, por exemplo, o feijão carioquinha subiu 10,14%. No Rio de Janeiro, houve um aumento de 7,25%. Das 17 capitais que divulgam os seus números, 16 registraram aumento no preço do quilo do café.
Vale lembrar que esses preços consideram apenas os dados de fevereiro deste ano, ou seja, é um retrato de um momento que antecede os aumentos no preço da gasolina, que podem, no final das contas, provocar novas alterações, não apenas para o combustível, mas para uma série de alimentos.
O Auxílio Brasil
O Auxílio Brasil do Governo Federal não possui um patamar fixo de pagamentos. Isso quer dizer que cada pessoa recebe um valor que varia de acordo com a sua composição familiar e as características dos indivíduos que moram em uma mesma casa.
Porém, a média dos recebimentos deste benefício fica na casa de pouco mais de R$ 400 todos os meses. Esse valor, portanto, não é suficiente para comprar uma cesta básica em nenhuma das 17 capitais que divulgam os seus números.
Em entrevista recente, o presidente Jair Bolsonaro disse que reconhece que o valor do Auxílio Brasil não é suficiente para pagar todas as necessidades básicas de uma família. No entanto, ele também salientou que o objetivo do programa é complementar a renda desses cidadãos.