A taxa Selic atual está próxima de chegar a 8,5% ao ano, sendo que caso após a próxima reunião do COPOM, que vai acontecer durante os dias 7 e 8 desta semana, a previsão é de que a taxa básica de juros seja alterada para 9,25% ao ano. Mesmo assim, o rendimento da poupança ainda está muito abaixo da inflação, atualmente em 10,75% ao ano.
Acontece que a remuneração da poupança não segue os 100% da taxa Selic, no momento ela renda apenas 70%. Para o Comitê de Política Monetária, desde 2017 a poupança passou a ter duas taxas básicas de remuneração.
Em situações como a de agora, em que a Selic está em até 8,5% ao ano, o seu rendimento é limitado a um percentual de 70% dos juros básicos e somada à taxa referencial. Quando ultrapassa essa porcentagem, passa a ter um rendimento mensal de 0,5%, que equivale a 6,17% ao ano.
Caso seja confirmada a expectativa de elevar a Selic para mais de 8,5% ao ano, todas as aplicações na caderneta de poupança terão um rendimento mínimo mensal de 0,5%. No momento, a Selic está fixada em 7,75%, sendo que o retorno da aplicação financeira é de 0,44% ao mês, o que rende 5,43% ao ano para novas aplicações.
E mesmo que a modalidade passe a render mais ainda em dezembro, irá continuar perdendo para a inflação e para outros investimentos de renda fixa, como os CDBs que têm um retorno de 100% da Taxa Selic.
O país está passando por um momento de inflação em alta, atualmente na casa de dois dígitos, algo que não acontecia desde 2016. Segundo o que o próprio Governo está dizendo, a Selic deve ficar entre 3 a 4 quatro pontos percentuais abaixo da inflação.
Para que a taxa de juros fique abaixo da inflação, será preciso que a pasta da economia faça ajustes fiscais e entregue condições mais favoráveis para a economia. Enquanto isso não acontecer, os investimentos na Bolsa de Valores também vão seguir caindo.
Em 2021, os saques da caderneta de poupança superaram os depósitos. Mesmo em 2016 quando o valor em saques foi alto, o número de depósitos de R$ 1 trilhão, em um momento onde a economia do país estava mais equilibrada.
A caderneta de poupança está perdendo de longe para a inflação nos últimos 12 meses, o que se soma a mais dois meses de 2020 e completa uma série amarga de 14 meses de uma profunda perda no poder de compra dos brasileiros.
Os analistas das principais instituições financeiras do país, acreditam que a inflação de janeiro deverá ficar em 0,55%, o que se mantida a média, poderá baixar e bastante o IPCA que hoje é de dois dígitos e afeta a caderneta de poupança.