Nesta terça-feira (6) o Banco Central (BC) informou que a poupança captou R$ 7,089 bilhões líquidos advindos de depósitos dos brasileiros. Nesse contexto, em meio à segunda onda da pandemia do novo coronavírus que afeta grande parte da população, este foi o terceiro mês de captação positiva da poupança, após três meses de saques líquidos.
O resultado positivo da poupança ocorreu um pouco antes da retomada do Auxílio Emergencial, que foi anunciado nesta semana pelo ministro da Economia, Paulo Guedes. No mês de junho, os aportes da poupança somaram juntos R$ 296,384 bilhões, enquanto os saques da caderneta foram de R$ 289,296 bilhões.
Deste modo, o movimento gerou um depósito líquido total de R$ 7,089 bilhões no mês. Sendo assim, considerando o rendimento de R$ 2,243 bilhões da poupança em junho, o saldo total das contas chegou a R$ 1,030 trilhão. Junho foi o terceiro mês de 2021 em que houve mais depósitos do que saques na poupança.
Ademais, nos três primeiros meses de 2021, os brasileiros haviam retirado os recursos da caderneta. No acumulado de janeiro a junho, a população retirou R$ 16,540 bilhões líquidos da poupança. Além disso, em 2020, por conta da pandemia de covid-19, a poupança registrou dez meses consecutivos de depósitos líquidos (de março a dezembro).
Poupança como recurso em meio à crise
Em 2020, por conta de muitas famílias terem sido afetadas pela pandemia do novo coronavírus, o governo ofereceu o Auxílio Emergencial para a população. Sendo assim, a maior parte das famílias acabou aplicando o auxílio na poupança, por conta de sua cautela, o que acabou favorecendo a caderneta.
O movimento ocorrido foi nomeado pelo próprio Banco Central (BC) como “poupança precaucional”. Nesse sentido, o movimento se refere às pessoas que, preocupadas com a renda futura e com medo do desemprego, reduziram gastos e passaram a aplicar os recursos na caderneta, o que elevou o saldo da poupança.
No entanto, em contrapartida, as famílias passaram a enfrentar, no início de 2021, as famosas despesas de início de ano. Dessa maneira, essas tradicionais despesas (IPTU, IPVA, matrículas de filhos em escolas particulares e gastos com material escolar), além de um ambiente negativo para a economia, geraram retirada de recursos da poupança pelas famílias.
Altos e baixos da caderneta em 2021
Nos primeiros meses do ano, o governo federal não pagou Auxílio Emergencial à população, o que também impactou nos saldos da poupança. Este fator favoreceu os saques dos recursos guardados na poupança no três primeiros meses do ano, com muitos brasileiros precisando dos recursos para fechar as contas.
Em abril, maio e junho, no entanto, o resultado foi positivo, por conta da volta dos pagamentos do Auxílio Emergencial para uma parcela da população. Os depósitos do benefício começaram a ser feitos no dia 6 de abril. Ademais, a poupança é remunerada atualmente pela taxa referencial (TR), que está em zero, mais de 70% da Selic, hoje em 4,25% ao ano.
Por fim, a remuneração atual da poupança é de 2,975% ao ano, percentual esse que não cobre necessariamente a inflação. Deste modo, essa regra de remuneração da caderneta vale sempre que a Selic estiver abaixo de 8,50% ao ano. Em ocasiões que a caderneta está acima disso, a poupança é atualizada pela TR mais uma taxa fixa de 6,17% ao ano.