Na última semana, o Instituto de pesquisa Datafolha divulgou uma nova rodada de pesquisas sobre a preferência dos eleitores para as próximas eleições presidenciais. Os números, que já circulam oficialmente, chegaram ao Palácio do Planalto e podem ter efeito direto nos auxílios que milhões de brasileiros recebem todos os meses.
Mas o que um ponto tem a ver com o outro? Conforme informações de bastidores, membros do Governo Federal não gostaram de um dos dados da pesquisa que mostra que o presidente Jair Bolsonaro (PL) estaria mais de 30 pontos percentuais atrás do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) entre os usuários do Auxílio Brasil.
O dado não teria sido bem recebido pelo Planalto já que o programa social é uma das principais apostas de Bolsonaro para conquistar os votos da parcela mais vulnerável da população. Nesse sentido, o Governo poderá tomar novas medidas envolvendo os benefícios para tentar mudar o cenário.
Nesta semana, o Governo Federal deu sinal verde para a aprovação do auxílio-gasolina. Até aqui, membros do Planalto ainda não tinham se posicionado sobre o tema. Dois dias depois da divulgação da pesquisa, a ordem dada foi aprovar o novo programa social, que pode pagar um voucher de R$ 300 para taxistas, motoristas de aplicativo e mototaxistas.
Do ponto de vista do Auxílio Brasil, a ideia central é retirar os cartões do antigo Bolsa Família de circulação. Segundo informações do jornal Folha de São Paulo, o Governo pretende substituir os dispositivos por novos do próprio do Auxílio Brasil. No entanto, os novos cartões não estão prontos e não há previsão de entrega até aqui.
Nesse sentido, vale lembrar que a ideia de troca dos cartões do antigo Bolsa Família está causando polêmica entre parlamentares. Até esta segunda-feira (30), ao menos dois pedidos de investigação foram enviados ao Tribunal de Contas da União (TCU).
Parlamentares do Senado e da Câmara Federal enviaram os documentos. Ambos os processos afirmam que o Governo Federal quer trocar os cartões apenas por uma “questão eleitoreira”. Deputados e senadores tentam impedir as trocas.
O Governo Federal ainda não comentou os pedidos oficialmente. Seja como for, membros do Palácio do Planalto afirmam que não estão pensando em eleições, mas apenas em ajudar as pessoas mais pobres neste momento.
Se os novos cartões não forem liberados, o Governo quer, ao menos, aprovar um novo auxílio para os caminhoneiros. Membros do Ministério da Economia alegam que o novo benefício poderia chegar até a R$ 400.
Ainda não há uma decisão oficial sobre o tema, mas informações do jornal Folha de São Paulo dão conta de que o Governo Federal quer acalmar os ânimos dos caminhoneiros em um contexto de aumento nos preços do combustível no país.
Boa parte dos auxílios que o Governo quer aprovar, ainda precisam passar pelas análises do Congresso Nacional. Membros do Planalto acreditam que poderão passar os projetos sem maiores problemas, visto que estamos em ano eleitoral.