O Pix, sistema de transferências bancárias instantâneas, foi lançado em novembro de 2020 pelo Banco Central, e atualmente é utilizado pela grande maioria da população brasileira. Com isso, outros métodos de transferências bancárias como TED e DOC perderam espaço, gerando a dúvida se poderão acabar em breve.
Nesse sentido, o DOC (Documento de Ordem Bancárias) já possui data marcada para seu fim. A partir do dia 29 de fevereiro de 2024, todos os bancos brasileiros deixarão de oferecer o serviço, devido à popularização do Pix, o meio de pagamentos mais utilizado pelos brasileiros, de acordo com o Banco Central.
Segundo a Febraban (Federação Brasileira de Bancos), o DOC, na verdade, já não estava sendo muito utilizado antes mesmo do lançamento do Pix. Sendo assim, com o lançamento da ferramenta a situação piorou, fazendo com que este método caísse em total desuso.
No ano passado, o número de transações via DOC somou apenas 59 milhões, o que representa 0,09% do total de transferências no ano. Por outro lado, o Pix registrou 24 bilhões de operações no mesmo período.
O TED (Transferência Eletrônica Disponível) não possui previsão para acabar. Isso porque, apesar da grande popularidade do Pix, o TED continua sendo bastante utilizado pelos brasileiros para transferências bancárias, registrando 1,01 bilhão de operações no ano de 2022.
Isso pode ser explicado, entre outros fatores, pelo fato de que uma transferência realizada via TED cai na conta de destino no mesmo dia, desde que a operação seja feita até as 17h. Por outro lado, a principal característica do DOC é que a operação só é finalizada no próximo dia útil após a transferência, fazendo com que o sistema não seja muito prático. Além disso, se a transferência DOC for feita após as 22h pode demorar ainda mais para ser concluída.
É importante destacar que, apesar do encerramento oficial do DOC estar previsto para 29 de fevereiro de 2024, as instituições financeiras podem deixar de oferecer o serviço antecipadamente. O Santander, por exemplo, já encerrou esse método de transferências bancárias, comunicando os clientes de que as transações agora apenas podem ser feitas via TED ou Pix.
Segundo Carlos Eduardo Brandt, chefe da Gerência de Gestão e Operação do Pix, a ferramenta do Banco Central ultrapassou em dois anos as transferências feitas através do cartão de débito.
“O Pix é o meio de pagamentos mais rápido que existe. Ele atingiu mais que o dobro das transações de cartões de débito em apenas dois anos de operações. Acho justo dizer que estamos atingindo nossos objetivos públicos”, afirmou Brandt.
Sendo assim, pode-se afirmar que o Pix ameaça a existência do cartão de débito em um futuro próximo. Da mesma maneira, a ferramenta de pagamentos instantâneos pode colocar o cartão de crédito em desuso, tendo em vista que novas funcionalidades estão sendo lançadas pelo Banco Central.
Nesse sentido, Roberto Campos Neto, presidente do BC, afirmou no mês passado que a função crédito poderá ser utilizada em breve, via Pix, pelos consumidores brasileiros. Desta maneira o sistema de pagamentos instantâneos, criado em 2020, dispensará o uso de cartões de crédito.