Economia

PIX será exportado para outros países

De acordo com Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central do Brasil, na última semana a governança da autarquia teve uma reunião com o governo dos Estados Unidos para apresentar o funcionamento do PIX.

“Ficamos surpresos com o interesse internacional. Fizemos eventos de cooperação técnica e abrimos protocolos para países que querem fazer PIX, de graça. O nosso foco atual é a América Latina, e começamos a ter também procura por países africanos”, disse Campos Neto durante um evento organizado pelo Poder360 e PicPay.

Segundo o presidente do Banco Central, a autarquia enxerga o PIX como uma ferramenta para a democratização do sistema financeiro. “O PIX vai ser ou já está sendo plataforma para bancos darem crédito. Uma das prioridades para 2023 é PIX automático, como débito em conta”, disse. 

Sobre o sistema de pagamentos instantâneos

O PIX foi lançado no Brasil em novembro de 2020 e conquista novos usuários todos os dias. Hoje, tanto pessoas físicas quanto pessoas jurídicas utilizam o sistema de pagamento totalmente gratuito criado e gerido pelo Banco Central. 

“A construção do PIX é resultado de um processo de cocriação, cujo centro de discussões é justamente o Fórum PIX. O sucesso do produto é decorrente desse trabalho conjunto do BC, do Tesouro Nacional, dos integrantes do Sistema Financeiro e de vários outros agentes públicos e privados, que reflete no reconhecimento da sociedade. Afinal, o PIX vem atendendo muito bem às mais diversas necessidades de transferências e pagamentos de todos os agentes econômicos, em linha com o seu objetivo de servir a qualquer caso de uso”, destaca Carlos Eduardo Brandt, coordenador do Fórum Pix.

Alterações no PIX para 2023

Segundo informações divulgadas pelo Banco Central, o próximo serviço que vem sendo estudado e deve ser implementado no próximo ano é o PIX automático. A nova funcionalidade do PIX deve atender pagamentos recorrentes, ou seja, contas mensais como serviços de streamings, mensalidades de escolas, academias, entre outros. 

“A função será similar ao que ocorre no débito em conta atualmente, mas sem depender de convênios bilaterais, com uma experiência de uso padronizada e aprimorada, utilizando todos os benefícios do PIX”, explica o Banco Central.

Outra mudança que vem sendo estudada pelo Banco Central diz respeito a segurança do sistema de pagamentos. Desse modo, a intenção da autarquia é implementar um dispositivo de segurança para marcação de fraude. Além disso, o BC também deve desenvolver uma versão do Mecanismo Especial de Devolução, o MED 2.0, visando aumentar a eficácia do sistema de pagamentos em situações de devolução de valores em situações de fraude. 

“A segurança é um pilar fundamental do ecossistema. O nosso Grupo Estratégico de Segurança do Fórum Pix (GE-Seg) funciona de maneira ininterrupta para discutir evoluções nos mecanismos de segurança, sendo composto por especialistas no tema, do BC e de toda a indústria financeira”, afirma Carlos Eduardo Brandt.

Vale lembrar que para utilizar o PIX, os cidadãos devem criar uma chave diretamente no aplicativo ou Internet Banking da instituição financeira que possuem conta. Atualmente é possível cadastrar um e-mail, telefone, CPF/CNPJ ou criar uma chave aleatória.