A inovação trazida pelo PIX à economia brasileira é amplamente reconhecida. Isso se deve à aceleração e eficácia das transações eletrônicas que ele proporciona. Porém, mesmo com sua popularidade, muitos ainda não possuem acesso ao método.
Isso ocorre, pois algumas pessoas não estão familiarizadas com as novas tecnologias e preferem não abandonar os métodos tradicionais. A questão que surge é: é viável enviar recursos através do PIX para aqueles sem conta cadastrada?
É possível realizar transferências via PIX para indivíduos sem acesso à funcionalidade. Isto se tornou possível graças à inovação conhecida como “Saque Digital“. Essa solução, desenvolvida pela TecBan, uma agência especializada em caixas eletrônicos, é benéfica tanto para os desprovidos de PIX quanto para aqueles sem conta bancária.
O processo é efetuado por meio de um Token, concedendo ao destinatário um período de 24 horas para se dirigir a um Caixa Eletrônico e efetuar o saque correspondente, utilizando o Token como verificação. Essa tecnologia, apesar de estar no mercado há certo tempo, ainda permanece desconhecida para muitos.
Para utilizar essa funcionalidade, é imprescindível verificar a disponibilidade no aplicativo bancário, dado que alguns bancos já a implementaram. Essa opção oferece a oportunidade não apenas de enviar PIX a terceiros, mas também de efetuar saques sem a necessidade de um cartão, assemelhando-se aos saques de benefícios governamentais via Caixa Tem.
O processo em si é relativamente simples, ainda que seja recomendável seguir algumas diretrizes ao utilizar o “Saque Digital”. Embora tanto um QR Code quanto um token de acesso possam ser usados, a preferência é pelo último.
Atenção: É recomendado enviar junto ao Token o número do CPF, prevenindo potenciais problemas; em certos casos, a informação do CPF se faz necessária.
Estes passos são diretos e podem ser concluídos em segundos. Esta é uma alternativa válida para adquirir produtos e efetuar pagamentos a destinatários que não possuam conta bancária ou chave PIX.
Lembrando que o processo é baseado na confiança mútua e requer que o remetente forneça um token válido. Utilize essa funcionalidade de maneira ética e, se possível, aguarde a confirmação do pagamento antes de finalizar a transação.
Na mesma matéria, também foi relatado que em outras partes da cidade, os comerciantes utilizam o PIX por meio de contas de familiares e sócios brasileiros. Uma vez que o processamento do PIX e a conversão de pesos ou dólares em reais acontecem no Brasil, os clientes brasileiros estão sujeitos a uma taxa de IOF de 0,38%, a qual é aplicada sobre operações cambiais no país.
O IOF é o Imposto sobre Operações de Crédito, Câmbio e Seguro, ou relativas a Títulos ou Valores Mobiliários. Para cada tipo de operação, existe uma taxa distinta. Por exemplo, para compras internacionais feitas com cartão de crédito, a taxa é maior, atualmente de 5,38%.
Uma fintech argentina de pagamentos digitais chamada KamiPay lançou, em junho de 2023, uma ferramenta para que comércios argentinos possam utilizar o PIX. A funcionalidade é semelhante ao Brasil: o cliente escaneia um QR Code com seu celular, disponibilizado por um aplicativo, e o comerciante recebe o pagamento instantaneamente. O valor é debitado em reais da conta do cliente brasileiro, enquanto o comerciante argentino recebe em pesos ou dólar digital.
Matias Gorganchian, um dos fundadores da KamiPay, explica que o dólar digital é uma moeda denominada em dólar que é transmitida via blockchain. Essa moeda digital em dólar pode ser trocada imediatamente pela moeda local e depositada em qualquer banco na Argentina.
No caso da KamiPay, o processamento do PIX e a conversão de pesos ou dólares em reais também ocorrem no Brasil. Como resultado, os clientes também estão sujeitos à taxa de IOF de 0,38%, aplicada sobre as operações cambiais.