O cartão de crédito é um dos produtos financeiros mais oferecidos pelos bancos e instituições no Brasil, também sendo por muito tempo o meio de pagamento mais aceito nas compras do comércio eletrônico (e-commerce). No entanto, com o surgimento do Pix em 2020 a concorrência cresceu bastante. Para quem não conhece, a ferramenta criada pelo Banco Central consiste em um sistema de transferências bancárias instantâneas e gratuitas.
Dessa forma, neste mês de setembro o Pix empatou com o cartão de crédito, passando a ser aceito em 100% das principais lojas de e-commerce no Brasil. Este dado está de acordo com a apuração realizada pelo Estudo Gmattos de Pagamentos, o qual conta com monitoramentos bimensais.
As análises são feitas segundo as movimentações nos tipos de pagamento, como crédito e Pix, nas 59 principais lojas online no mercado varejista brasileiro. Alguns exemplos são: Amazon, Americanas, Mercado Livre, Casas Bahia, Magalu, companhias aéreas, redes de farmácias e supermercados, entre outros.
O Estudo Gmattos de Pagamentos já vinha acompanhando a evolução do Pix desde o começo de 2021. Segundo Gastão Mattos, cofundador e diretor-geral da empresa, o sistema de pagamentos instantâneos superou “gargalos de infraestrutura” para chegar no patamar atual, o que contribuiu para melhor integração entre lojistas e bancos.
Muitos lojistas atualmente incentivam o pagamento via Pix, uma prática que vem crescendo a cada levantamento que é feito. Nesse sentido, a porcentagem de lojistas que incentivam o pagamento com a ferramenta chegou a 42%. Nesses casos, o incentivo geralmente é um desconto ao utilizar a ferramenta do BC, o qual pode variar de 5% a 20%.
Isso ocorre porque o Pix traz muitas vantagens para os lojistas, o que é demonstrado principalmente por dois motivos. O primeiro é que cerca de 90% dos itens que o cliente coloca no carrinho do e-commerce acabam sendo comprados, quando o pagamento via Pix está disponível. Além disso, a ferramenta traz um custo muito inferior com relação a todas as outras formas de pagamento, o qual se encontra em 0,33% na média para grandes empresas do comércio eletrônico.
O crescimento do Pix também está ocorrendo juntamente com diversas discussões relativas aos juros do rotativo no cartão de crédito, assim como o parcelado sem juros, questões que estão mobilizando o Banco Central, bancos, lojas, Congresso Nacional, entre outros.
De acordo com o levantamento atual, o número de lojas que aceitam o cartão de crédito apenas na modalidade à vista bateu recorde. Inclusive, apenas 3% das lojas oferecem descontos nesta opção.
O Pix revolucionou os meios de pagamento no Brasil, porém infelizmente também é muito utilizado por criminosos para a aplicação de golpes. Os golpistas estão constantemente criando esquemas que envolvem o sistema de pagamentos, buscando enganar vítimas e obter dinheiro.
Nesse sentido, um novo vírus de celular que consegue desviar o dinheiro do Pix e “zerar” a conta dos usuários surgiu no Brasil. A detecção deste tipo de vírus ocorreu em dezembro do ano passado, e sua utilização vem crescendo bastante. Segundo a empresa de cibersegurança Kaspersky, essa já é a segunda fraude mais registrada em toda a América Latina. As informações são do jornal Folha de São Paulo.