Piso salarial médio de maio acaba de sair e choca trabalhadores

Piso salarial médio de maio acaba de sair e choca trabalhadores do Brasil

Os reajustes salariais no Brasil foram muito positivos para os trabalhadores em maio de 2023. Isso porque, no quinto mês de 2023, quase 90% dos acordos e convenções coletivas ficaram acima do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC).

A maioria absoluta dos trabalhadores do país se beneficiou com o aumento do poder de compra no quinto mês do ano. A saber, a quantidade de reajustes salariais que superaram a inflação em maio (88%) superou significativamente as taxas registradas nos três meses anteriores: abril (62,3%), março (74,1%) e fevereiro (69%).

Cabe salientar que apenas 23,8% dos acordos e convenções coletivas superaram a inflação em 2022. Isso mostra que as dificuldades enfrentadas no ano passado foram superadas, em grande parte, nos primeiros meses deste ano. Inclusive, o cenário em 2023 deverá ser bem mais positivo para os trabalhadores do país do que em 2022.

Todos os dados relacionados a reajustes salariais se relacionam ao INPC. Em resumo, o indicador é usado como referência para reajustes salariais e benefícios do INSS no país. Por isso, as organizações se baseiam neste índice para realizar acordos e reajustes dos salários dos trabalhadores.

Inflação elevada reduz poder de compra

Para quem não sabe, a inflação é um dado muito importante para todas as pessoas. Desse modo, quando a taxa inflacionária do país está em um nível muito alto, o poder de compra do trabalhador acaba reduzido, uma vez que as pessoas terão que gastar mais para comprar produtos ou contratar serviços.

Inclusive, quando o INPC está muito elevado, os reajustes tendem a ficar abaixo do indicador, até porque a maioria dos patrões não irá aumentar de maneira expressiva os salários dos empregados, mesmo com a inflação elevada.

Vale destacar que o INPC mede a variação da cesta de compras para famílias com renda de um até cinco salários mínimos, ou seja, foca nas pessoas de renda mais baixa do país. Isso explica a importância desse indicador, tanto para os trabalhadores quanto para os empregadores do país.

A saber, esses dados fazem parte do levantamento realizado pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), cuja divulgação ocorre mensalmente.

Piso salarial do Brasil

De acordo com o levantamento, o piso salarial médio do país foi de R$ 1.551,20 em maio, no quinto mês do governo Lula. Em síntese, este valor médio é “equivalente à soma dos valores de todos os pisos, dividida pelo número de pisos observados”, segundo o Dieese.

Entre os quatro setores econômicos pesquisados, dois deles tiveram resultados superiores à média nacional, enquanto os outros dois apresentaram números inferiores. Veja abaixo os pisos de cada um dos setores:

  • Comércio: R$ 1.605,23;
  • Serviços: R$ 1.563,18;
  • Rural: R$ 1.538,06;
  • Indústria: R$ 1.502,17.

Cabe salientar que, apesar de o comércio ter apresentado o maior piso nacional entre os três grandes setores, foi a indústria que teve o maior número de reajustes acima da inflação do país em maio de 2023, chegando a 76,2% do total dos reajustes. Já as negociações abaixo do INPC totalizaram 6,9%, enquanto 17,0% ficaram iguais à inflação medida pelo índice.

Com dados bastante semelhantes, os serviços fecharam maio com 75,5% dos reajustes acima da inflação. Por outro lado, apenas 6,6% das negociações ficaram abaixo do INPC no período, enquanto os 17,9% dos acordos restantes tiveram uma variação igual a da inflação.

Entre os setores econômicos, o comércio teve o maior piso salarial
Entre os setores econômicos, o comércio teve o maior piso salarial do país. (Imagem: Agência Brasil).

Embora os dados da indústria e dos serviços tenham sido muito positivos, o comércio não conseguiu registrar resultados tão expressivos assim para os trabalhadores do país. No entanto, os dados ainda foram muito bons para os empregados do setor. Isso sem contar que o setor teve o maior piso salarial do país.

De todo modo, 52,8% dos reajustes ficaram acima da inflação em maio deste ano. Em contrapartida, 6,3% das negociações ficaram abaixo do INPC e não representaram ganho real para o trabalhador dos serviços. Assim, os 40,9% dos acordos restantes ficaram iguais ao INPC e também não resultaram em ganho real para os empregados do setor.

Veja o piso salarial das regiões brasileiras

Além disso, o Dieese também revelou o piso nacional médio nas regiões brasileiras. Todos os dados divulgados pelo Dieese são do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho e Previdência.

Veja abaixo os pisos salariais médios em cada região brasileira em abril:

  • Sul: R$ 1.656,77;
  • Sudeste: R$ 1.552,58;
  • Centro-Oeste: R$ 1.505,12;
  • Norte: R$ 1.485,15;
  • Nordeste: R$ 1.447,74.

Segundo o Dieese, os reajustes salariais foram muito parecidos entre as regiões brasileiras no acumulado de janeiro a maio deste ano. A propósito, o Sudeste teve a maior taxa de acordos acima do INPC (75,6%), seguido por Centro-Oeste (73,7%), Norte (71,8%), Sul (71,5%) e Nordeste (66,6%).

Em contrapartida, o Nordeste teve a maior taxa do país em relação aos reajustes que perderam para a inflação entre janeiro e maio (11,2%). Na sequência, ficaram Norte (10,0%), Sudeste (7,3%), Centro-Oeste (6,6%) e Sul (1,3%), no ranking que listou as regiões com as maiores taxas de acordos e convenções coletivas que reduziram o poder de compra do trabalhador do país.

Por fim, o levantamento ainda revelou que o Sul teve o maior percentual de acordos e convenções coletivas iguais ao INPC (27,2%), ou seja, que também não aumentaram o poder de compra do trabalhador. Em seguida, ficaram Nordeste (22,3%), Centro-Oeste (19,6%), Norte (18,2%) e Sudeste (17,1%).

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