Nesta quarta-feira (22/06), a Polícia Federal (PF) deflagrou uma operação com o objetivo de realizar a prisão do ex-ministro da Educação, Milton Ribeiro. A medida ocorre após o antigo chefe da pasta montar um gabinete paralelo para liberação de verbas dentro do MEC.
Além de Milton Ribeiro, os pastores Gilmar Santos e Arilton Moura são alvos de mandados de prisão. Até a última atualização desta matéria ainda não havia confirmação da prisão dos investigados.
O presidente Jair Bolsonaro, ao ser questionado sobre a ordem de prisão nesta quarta-feira, falou que o ex-ministro é quem deve responder por eventuais irregularidades à frente do MEC.
“Ele responde pelos atos dele”, afirmou Bolsonaro em entrevista à rádio Itatiaia.
A Polícia Federal realiza a investigação contra o ex-ministro por conta de suposto favorecimento aos pastores Gilmar Santos e Arilton Moura e a atuação informal deles na liberação de recursos do ministério. Na investigação realizada, há suspeita de cobrança de propina.
A operação da PF ocorre cerca de três meses depois do jornal “O Estado de S. Paulo” revelar a existência de um “gabinete paralelo” dentro do MEC controlado pelos pastores. A reportagem do jornal foi divulgada inicialmente no mês de março.
Após divulgação da reportagem, o jornal “Folha de S.Paulo” ainda divulgou um áudio de uma reunião em que Ribeiro afirmou que, a pedido de Bolsonaro, repassava verbas para municípios indicados pelo pastor Gilmar Silva.
“Foi um pedido especial que o presidente da República fez para mim sobre a questão do [pastor] Gilmar”, disse o ministro no áudio.
“Porque a minha prioridade é atender primeiro os municípios que mais precisam e, segundo, atender a todos os que são amigos do pastor Gilmar”, complementou Ribeiro.
Após divulgação dos áudios foi que Milton Ribeiro deixou o comando do Ministério da Educação.
A suspeita do caso é que houve corrupção. Os prefeitos dos municípios envolvidos relataram pedidos de propina, com pagamentos em dinheiro e ouro. Em contrapartida, a ideia era liberar recursos para esses municípios. Milton Ribeiro disse que pediu apuração dessas denúncia à Controladoria-Geral da União (CGU).
Segundo apuração da TV Globo, a operação deflagrada nesta quarta realiza a investigação da prática de tráfico de influência e corrupção na liberação de verbas do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), ligado ao Ministério da Educação.
Por fim, a operação resultou cinco mandados de prisão e 13 de busca e apreensão nos estados de Goiás, São Paulo, Pará e Distrito Federal.