A Petrobras anunciou nesta quarta-feira (1) que está reduzindo os preços do querosene de avião em todas as praças em quase 14%. Há uma expectativa de que a decisão da estatal possa baratear, ainda que apenas em um primeiro momento, o preço das passagens de avião pelo país.
Como a redução do preço é válida para todas as praça do país, é possível dizer que o preço está menor a partir desta quarta-feira (1), nas centrais de Duque de Caxias, Betim, Guarulhos e Paulínia. Os ajustes nos patamares de compra do querosene de aviação são sempre definidos mensalmente.
Ao menos até a publicação deste artigo, a Petrobras ainda não tinha se manifestado sobre os motivos da queda destes preços hoje. De todo modo, a estatal costuma explicar que a decisão de reduzir ou não o preço parte de uma série de fórmulas contratuais que são negociadas com as distribuidoras.
Vale lembrar que, de acordo com o sistema atual, a Petrobras apenas vende o querosene de aviação para as distribuidoras. Logo depois, estas distribuidoras passam a ter o poder de comercializar e transportar o produto para as empresas de transporte aéreo, isto é, os aeroportos e as companhias de aviação.
Desta forma, ainda não é possível cravar que a simples redução no preço do querosene da Petrobras vai simplesmente reduzir automaticamente os preços das passagens de avião para o consumidor final. Seja como for, analistas acreditam que existe uma chance de redução de valores para o cidadão.
Companhias não se manifestam sobre passagens
Durante boa parte do ano passado, companhias aéreas argumentavam que o aumento no preço dos combustíveis em todo o país estava impedindo a redução do preço das passagens aéreas para o consumidor final.
Deste modo, é lógico pensar que se o valor do querosene na Petrobras cair, o preço das passagens automaticamente cairia também. Entretanto, é preciso lembrar que o preço dos bilhetes também leva em consideração uma série de outros elementos.
Os custos trabalhistas e tributários, bem como as despesas para recuperação do prejuízo no setor durante a pandemia, ainda devem atrapalhar uma redução drástica nos preços que o consumidor paga para viajar.
Em nota enviada recentemente pela companhia Latam, uma das maiores do país, a empresa disse que ainda estava muito cedo para começar a discutir queda nos preços das passagens de avião para os consumidores finais.
Nas contas da Associação Brasileira das Empresas Aéreas (ABEAR), estima-se que, em média, 40% dos preços das passagens de avião sejam formados pelo custo do valor do combustível que é usado nas aeronaves.
Vamos de ônibus?
Como os preços das passagens de avião seguem salgados para boa parte da população brasileira, muita gente tem optado pela viagem de ônibus. Contudo, dados mais recentes indicam que até mesmo este procedimento está mais caro do que normal.
Dados da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) apontam que o preço das passagens de ônibus subiu 13,8% no ano passado em comparação com 2021. Trata-se de um crescimento acima da inflação para 2022, que fechou o ano em 5,79%.