A Petrobras ganhou um motivo para comemorar na última segunda-feira (31). A agência de classificação de risco Fitch decidiu elevar a nota de crédito da estatal brasileira de BB para BB+. Além disso, outras 21 empresas do Brasil também registraram este aumento. Na última semana, o país registrou uma aumento da nota de crédito de BB- para BB.
Na prática, o aumento da nota de crédito da Petrobras é um recado da Fitch, que passa a considerar a estatal como uma empresa que conta com perspectiva de estabilidade. Esta indicação vale também para as seguintes companhias:
- Aché Laboratórios Farmacêuticos;
- BR Malls (shopping center);
- Companhia de Gás de São Paulo (Comgás);
- Companhia de Saneamento de São Paulo (Sabesp);
- Companhia Energética de São Paulo;
- Energisa (distribuidora de energia);
- Globo;
- Localiza (aluguel de carros);
- Rede D’Or São Luiz (hospitais);
- Rumo Logística.
“A Fitch reconhece, na sua avaliação, a solidez financeira da Petrobras. Seguiremos trabalhando para que a Petrobras seja percebida cada vez mais como um investimento seguro e rentável”, afirmou o diretor financeiro e de relacionamento com investidores da Petrobras, Sergio Caetano Leite, em entrevista ao portal Agência Brasil.
“Esse upgrade (elevação da nota) é muito relevante para a Petrobras porque vem ao encontro de algo que nos é muito caro, que é a redução do nosso custo de capital, com a consequente geração adicional de valor para os nossos investidores”, seguiu ele.
O que são os ratings
Mas afinal de contas, o que são os ratings e qual é o impacto deles na economia do Brasil? As classificações de risco são uma espécie de avaliação periódica sobre países, empresas e ativos financeiros. Elas funcionam como uma espécie de bússola para investidores.
Quanto maior for a nota de uma determinada empresa, maior é a chance da companhia receber o aporte de investimentos e de concessão de empréstimos, por exemplo. Afinal, há agora uma indicação de que a companhia tem uma indicação de estabilidade.
Elogios
De acordo com a Fitch, o aumento da nota da Petrobras e de outras empresas brasileiras tem relação com uma série de fatores, como a aprovação de uma série de reformas nos últimos meses. Além disso, a agência de risco também cita que o governo atual estaria disposto a seguir neste ritmo de mudanças.
“A elevação dos ratings do Brasil reflete o desempenho macroeconômico e fiscal acima do esperado, em meio a sucessivos choques nos últimos anos, políticas proativas e reformas que sustentaram este desempenho, bem como a expectativa da Fitch de que o novo governo se empenhará em realizar melhoras adicionais”, diz o comunicado.
Ações da Petrobras
Na segunda-feira (31), as ações da Petrobras na bolsa de valores dispararam. Mas este avanço não tem necessariamente relação com a nova nota de risco da Fitch, e sim com o anúncio da nova política de dividendos da estatal brasileira.
“Os dividendos continuam baseados em FCF e trimestrais, que consideramos serem dois aspectos muito importantes da política que foram mantidos. Acreditamos que isso provavelmente será visto de forma positiva pelos investidores”, disse o banco JP Morgan.
Existia um grande temor sobre a mudança no sistema de política de dividendos da Petrobras. Mas depois do anúncio feito pela estatal, o clima no mercado financeiro foi de alívio.
“A fórmula básica do FCF ficou praticamente inalterada, com as aquisições de ativos sendo agora consideradas. Alguns investidores temiam que a nova fórmula deduziria o pagamento de aluguéis e despesas financeiras, o que reduziria a base de distribuição em cerca de US$ 6,5 bilhões, enquanto deduzirá as atividades de investimento ligadas à aquisição de ativos (por exemplo, no caso de a PBR adquirir um parque eólico existente)”, destaca o Morgan.