A Petrobras fez um anúncio recentemente no qual informou que deverá reduzir o preço médio da gasolina nas distribuidoras em todo o país. A princípio, o corte é de 4,1% e o litro do combustível passará de R$2,93 para R$2,81. O diesel, no entanto, deve subir cerca de 6,6% passando então de R$3,80 para R$4,05 o litro, no total.
Todavia, é importante observar que os novos valores dos combustíveis vendidos pela Petrobras às distribuidoras passarão a valer a partir do próximo sábado (21/10). A gasolina sofrerá uma redução de R$0,12. Como ela possui 27% de etanol em sua composição, a parte da Petrobras nas bombas de combustível será de R$R$2,05.
Analogamente, o aumento da Petrobras para o diesel corresponde a R$0,25 por litro. A parcela da Petrobras relativa aos valores negociados do combustível nas bombas ficará em R$3,56 por litro. Sendo assim, esses valores consideram a mistura que o combustível tem com 12% de biodiesel, nos postos de todo o país.
Ademais, a Petrobras afirma que os reajustes dos combustíveis se devem, em grande parte, aos mercados interno e externo. A gasolina, por exemplo, teve um corte em seus valores negociados devido ao fim do período de maior demanda em todo o mundo. Isso quer dizer que há uma maior disponibilidade no mercado.
Reajustes da Petrobras
Em síntese, em relação ao diesel, o reajuste dado pela Petrobras às distribuidoras é uma consequência do aumento da demanda sustentada em todo o mundo. Há, neste sentido, uma expectativa de alta sazonal. A estatal diz que ambos os combustíveis apresentaram uma queda expressiva durante o ano de 2023.
Aliás, a Petrobras afirma que o litro da gasolina vendido às distribuidoras teve uma redução de R$0,27 neste ano. Já o diesel, ele apresentou um corte de R$0,44. A estatal diz que, “a companhia reitera que, na formação de seus preços, busca evitar o repasse da volatilidade conjuntural do mercado internacional e da taxa de câmbio”.
Para o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, a estatal adotou uma estratégia comercial nesta gestão, que foi muito bem sucedida. Dessa forma, ela acabou se tornando mais competitiva no mercado, e, ao mesmo tempo, evitou o repasse da volatilidade ao consumidor. Os seus produtos acabaram apresentando uma queda.
Esse recuo nos preços dos produtos da Petrobras aos consumidores brasileiros se deu mesmo com o valor do petróleo Brent no decorrer do ano, tendo apresentado um aumento nos seus preços negociados, mais altos do que os do ano passado. Aliás, a estatal não repassou essas alterações aos seus clientes, em todo o país.
Valores ao consumidor
Em suma, é necessário observar que os valores dos combustíveis repassado para as distribuidoras são diferentes dos praticados nos postos de gasolinade todo o país. Os reajustes dados pela Petrobras muitas vezes não são repassados para os consumidores. Os preços são influenciados por impostos, misturas nos combustíveis, e a margem de lucro.
Especialistas em economia dizem que o reajuste atual da Petrobras, reduzindo os valores cobrados para a gasolina nas distribuidoras, é uma estratégia da estatal, para que o combustível recupere o mercado perdido para seu concorrente, o etanol hidratado. É uma procura por ampliar a produção da gasolina no mercado doméstico.
No mercado internacional o petróleo Brent está acima dos US$90 o barril. Portanto, o corte no preço da gasolina pode ter tido como motiivação, a oferta e demanda doméstica atual, além da ampla concorrência com o etanol. Para especialistas não haveria espaço para o corte no combustível considerando o mercado internacional.
Mercado interno de combustível
A política de preços da Petrobras considera as alternativas e a concorrência no mercado interno para que ela faça os ajustes necessários nos preços de seus combustíveis. Aliás, o cenário atual é de expansão do consumo do etanol hidratado no país, o que faz com que haja uma queda na demanda por gasolina no mercado.
Em conclusão, a redução de R$0,12 por litro da gasolina anunciada pela Petrobras ficou acima da defasagem de R$0,03 observada. Neste caso, anteriormente o preço do combustível estava alinhado com os valores cobrados internacionalmente. Enfim, para os especialistas em economia, não haveria a necessidade de um reajuste neste sentido.