A Petrobras anunciou no final da manhã desta quarta-feira (19) uma redução do preço do gás natural que será repassado para as distribuidoras. O anúncio prevê que a redução será na casa dos 7,1% e começará a valer a partir do próximo dia 1º de agosto.
O gás natural é usado mais comumente na indústria e em outros setores semelhantes. O item também é utilizado no encanamento de residências e no Gás Natural Veicular (GNV), usado como combustível em determinados tipos de veículos de motoristas brasileiros.
A nova redução de 7,1% é dada em comparação com o valor que foi registrado no trimestre passado. A cada três meses, a Petrobras costuma realizar uma atualização deste preço. Considerando mais esta queda, a estatal afirma que as quedas já se acumulam e chegam a 25% neste ano de 2023.
“Os contratos com as distribuidoras preveem atualizações trimestrais da parcela do preço relacionada à molécula do gás e vinculam esta variação às oscilações do petróleo Brent e da taxa de câmbio. Para o trimestre em referência, o petróleo teve queda de 3,8% e o câmbio teve apreciação de 4,8%”, disse a Petrobras em nota.
Ainda não é hora para comemorar
De todo modo, a empresa estatal também deixou claro nesta mesma nota que a redução dos preços para as distribuidoras não necessariamente será automaticamente repassada para o consumidor. O cidadão vai precisar aguardar os impactos de uma série de outros fatores.
“A Petrobras ressalta que o preço final do gás natural ao consumidor não é determinado apenas pelo preço de venda da companhia, mas também pelo portfólio de suprimento de cada distribuidora, assim como por suas margens (e, no caso do GNV – Gás Natural Veicular, dos postos de revenda) e pelos tributos federais e estaduais”, diz a estatal.
“Além disso, as tarifas ao consumidor são aprovadas pelas agências reguladoras estaduais, conforme legislação e regulação específicas. A companhia ressalta que a atualização anunciada para 01/08/23 não se refere ao preço do GLP (gás de cozinha), envasado em botijões ou vendido a granel”, completa a nota.
Em resumo, a estatal explica que o preço que chega ao consumidor é impactado por uma série de variáveis como impostos, margens de lucro ao longo da cadeia e regulações estaduais.
O preço do gás de cozinha
A decisão revelada pela Petrobras nesta quarta-feira (19) não deve ter impacto nos preços do botijão de gás de cozinha de 13 quilos. Este são os itens utilizados pela grande maioria dos brasileiros. Também não há impacto direto programado para os preços de combustíveis como gasolina, etanol e diesel, por exemplo.
O preço da gasolina
No caso da gasolina, há uma preocupação crescente em torno do aumento dos preços que estão chegando no consumidor final. Neste mês de julho, o Governo Federal aplicou a segunda rodada de reoneração dos impostos federais sobre a gasolina e o etanol. Os motoristas já começaram a sentir a diferença na bomba.
Em junho passado, a gasolina já tinha ficado mais cara graças ao novo formato de cobrança do ICMS, que partiu dos estados. No novo processo, todas as 27 unidades da federação passaram a cobrar uma alíquota unificada de R$ 1,22 por litro, o que fez o preço subir na maioria dos estados.
O futuro próximo também não prevê uma trégua. A partir de setembro, será a vez do diesel começar a sentir o impacto da reoneração. Inicialmente, a ideia do Governo Federal era começar a adotar esta taxação apenas a partir do próximo ano, mas graças ao projeto de barateamento dos carros populares, a reoneração foi antecipada.
Em todos estes aumentos, a Petrobras atuou para reduzir os preços de maneira artificial. A medida fez com que as elevações fossem menos sentidas pelos consumidores.