O Ministério do Trabalho e Previdência informou nesta semana que o Brasil criou 155,27 mil postos de trabalho formal em maio de 2023. O resultado mostra que o país registrou bem mais admissões que demissões no quinto mês do governo Lula.
Embora os dados sejam expressivos, a quantidade de vagas formais de emprego geradas em maio deste ano foi 44% menor que a observada no mesmo mês de 2022. A propósito, o Brasil criou 277,73 mil empregos em maio do ano passado.
Os dados mais fracos neste ano não estão restritos a maio. A saber, o governo Lula vem enfrentando desafios quando o assunto é geração de emprego, registrando resultados inferiores aos observados no mesmo período de 2022.
De acordo com os dados do Caged, o mercado de trabalho brasileiro teve os seguintes números em abril deste ano:
Com o acréscimo do resultado de maio, o Brasil passou a registrar um saldo de 43,3 milhões de empregos com carteira assinada. Em suma, o valor superou em 0,3% o saldo observado em abril (43,15 milhões). Já na comparação anual, o avanço foi ainda maior, de 4,3%. Em maio do ano passado, o Brasil tinha um saldo de 41,52 milhões de empregos com carteira assinada.
Em 2020, a pandemia da covid-19 afundou o mercado de trabalho global, inclusive o brasileiro. No país, houve demissões em massa, redução de jornada de trabalho e diminuição da remuneração dos empregados.
Isso aconteceu porque os primeiros meses da pandemia ficaram marcados pelo incentivo ao distanciamento social. Dessa forma, muitas pessoas se isolaram em casa, reduzindo o consumo no país em diversas áreas consideradas não essenciais.
Isso resultou no fechamento de 192,5 mil vagas com carteira assinada em 2020. Em síntese, esse resultado foi péssimo para o Brasil e um forte baque para o mercado de trabalho do país. Aliás, o Brasil encerrou 2020 com um saldo de postos formais de trabalho de apenas 38,559 milhões, número 10,9% menor que o observado em maio deste ano.
Em 2021, a situação começou a mudar com a melhora do quadro sanitário. Isso porque muitos trabalhadores foram recontratados ou conseguiram novas ocupações profissionais no país, impulsionando a economia brasileira.
Naquele ano, houve um crescimento bastante expressivo no número de empregos formais criados no Brasil, principalmente por causa da fraca base comparativa de 2020. Esse cenário de crescimento se fortaleceu em 2022, com o país criando mais de 2 milhões de postos formais de emprego.
Todos os dados são do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). A propósito, vale destacar que não é mais adequado fazer comparações com os dados referentes a anos anteriores a 2020, pois o governo federal do ex-presidente Jair Bolsonaro modificou a metodologia do levantamento.
O levantamento do Ministério também mostrou que o setor de serviços se destacou na criação de empregos formais no Brasil em maio de 2023, assim como acontece em praticamente todos os meses.
Veja abaixo quantas vagas foram criadas em cada setor pesquisado:
Em resumo, o setor de serviços liderou a criação de empregos no país em maio, algo que ocorre em praticamente todos os meses dos anos. O saldo do setor ficou bem maior que o registrado pelos demais grupos, mas todos eles apresentaram resultados positivos no mês.
Em abril, todos os grupamentos fecharam o mês com resultados positivos, e isso também se repetiu em maio. O grande destaque foi o grupamento de agropecuária, cujas vagas criadas cresceram 574% em relação a abril (2.902 vagas). Contudo, os demais setores registraram queda no número de empregos criados.
O Ministério do Trabalho também revelou dados sobre as regiões brasileiras. No quinto mês de 2023, houve a abertura de vagas em todas as regiões do país. Veja os dados de cada uma delas:
Os dados mostram que a região Sudeste respondeu por mais de 66% do total de vagas criadas no país em maio. Em outras palavras, quase sete em cada dez empregos formais criados no Brasil no quinto mês deste ano foram no Sudeste. Também vale destacar a queda da região Sul, que havia criado o segundo maior número de empregos em abril.
Por fim, vale ressaltar que os dados do Caged consideram apenas os trabalhadores com carteira assinada, não incluindo os trabalhadores informais do país.
Dessa forma, os dados não são comparáveis às informações levantadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), através da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Continua (PNAD).