Uma pesquisa global encomendada pela Veritas Technologies, empresa que faz o gerenciamento de dados em várias nuvens, revelou que a grande maioria das empresas não consegue ficar dentro de seus orçamentos de nuvem. Quase todos os entrevistados (94%) relataram que sua organização incorreu em custos mais altos do que o previsto, originalmente ao usar um provedor de serviços de nuvem pública (CSP, na sigla em inglês) e estão gastando, em média 43%, a mais que o estipulado.
O levantamento “Protegendo sua empresa em um ambiente multinuvem”, que entrevistou 1,5 mil tomadores de decisão em tecnologia e TI em 12 países, incluindo o Brasil, mostrou que as empresas veem claramente valor na nuvem pública. Todos os entrevistados concordaram que o uso de nuvem pública e suas ferramentas trouxe benefícios para a organização, como flexibilidade, escalabilidade e mobilidade.
No entanto, muitas organizações estão planejando seus orçamentos de nuvem sem entender a fundo o que elas terão que pagar. Por exemplo, quase todos (99%) entrevistados acreditavam que o provedor de nuvem seria responsável por proteger alguns de seus ativos na nuvem.
Isso raramente acontece, pois a maioria dos CSPs deixa bem claro que, embora estejam em linha para garantir a resiliência da nuvem, seus clientes assumem a responsabilidade pelos dados e aplicativos na nuvem.
Falta de conhecimento sobre a nuvem é um risco
Essa é uma distinção importante, pois a pesquisa destacou que os dados na nuvem são um alvo altamente atraente para os cibercriminosos — 89% dos entrevistados disseram à Veritas que suas organizações sofreram um ataque de ransomware em seus ambientes de nuvem.
O mal-entendido em torno do modelo de responsabilidade na nuvem significa que muitas empresas não consideraram o requisito de proteção de dados de terceiros. Com isso, estão deixando seus dados críticos vulneráveis a esses ataques de ransomware – e outros incidentes de perda de dados.
Mais da metade (53%) das organizações perderam dados como resultado de confiar apenas nas ferramentas de backup incorporadas às soluções por seus provedores de nuvem. E 76% dos entrevistados concordaram que as ofertas atuais dos CSPs estão aquém das necessidades de segurança de suas organizações.
Como resultado, os pesquisadores concordam que não chega a surpreender que a pesquisa tenha mostrado que necessidades imprevistas de proteção de dados foram a fonte mais comum de custos inesperados de nuvem, com 40% citando backup e recuperação como a principal área de gastos excessivos.
Apesar dos benefícios que a nuvem traz, como melhor facilidade de crescimento de infraestrutura de TI e acesso ao tecnologias, a Veritas destaca que é preciso ter controle. Se os gestores quiserem evitar pedir orçamento adicional para cobrir gastos excessivos em um projeto, é fundamental levar em consideração a proteção de dados e retomar o controle desde o início, destaca a empresa.
Empresas brasileiras são mais aderentes ao multicloud
De acordo com a última pesquisa anual do Enterprise Cloud Index (ECI), o Brasil é o líder global em adoção de multicloud. Mais da metade (54%) das empresas brasileiras utiliza uma mescla de nuvens públicas, privadas e híbridas para armazenar e processar recursos de tecnologia da informação (TI). A média da América Latina é de 38%, enquanto a global é de 36%. Reino Unido chegou perto do Brasil, com 53% de suas empresas utilizando multicloud, seguida com certa distância pela terceira colocada França (41%).
O estudo revelou ainda que menos empresas respondentes no Brasil continuam operando data centers tradicionais (15%) do que a média global (22%). Até 2024, os entrevistados do Brasil também pretendem continuar reduzindo os data centers legados, esperando que caiam de 15% para apenas 4% de adoção.
A pesquisa foi encomendada pela Nutanix, fornecedora de computação em nuvem privada, híbrida e multicloud, e realizada com 1,7 mil tomadores de decisão de empresas de 14 países do mundo. A empresa diz que, na prática, isto significa uma modernização acelerada das empresas brasileiras para modelos de operação mais eficientes, com redução de custos tanto financeiros como energéticos.
Além disso, é possível que a multicloud traga maior resiliência dos sistemas a incidentes tanto técnicos como de ataques cibernéticos, e ainda maiores possibilidades para habilitar a inovação nas empresas que operam no País.