Economia

Pesquisa aponta que indicador de inadimplentes no país caiu 0,5% em julho

No cenário econômico brasileiro, as métricas que acompanham a inadimplência e a recuperação de crédito desempenham um papel crucial na avaliação da saúde financeira do país.

Tendências de inadimplência e recuperação de crédito no Brasil: análise dos números de julho

De acordo com os dados recentemente divulgados pela Boa Vista, renomada empresa brasileira de inteligência analítica, o indicador de inadimplentes apresentou um recuo de 0,5% no mês de julho em relação ao mês anterior, sinalizando um leve alívio nas preocupações sobre a situação financeira dos consumidores.

Recuo na inadimplência: uma análise detalhada

Os números dessazonalizados fornecidos pela Boa Vista revelam que o número de registros de inadimplentes teve uma diminuição de 0,5% no mês de julho em comparação com junho.

Em suma, essa queda sucede um aumento de 0,4% no mês de junho, marcando uma oscilação na tendência observada. Vale notar que essa diminuição no índice contribuiu para uma queda acumulada de 1,7% no trimestre móvel encerrado em julho.

Ao considerar os dados originais da empresa, é evidente que o cenário ainda é favorável, embora a velocidade do progresso não seja tão intensa como em momentos anteriores. A análise interanual demonstra um aumento de 2,8% em julho, o que, por sua vez, influenciou uma desaceleração no crescimento acumulado durante o ano. Enquanto a taxa de inadimplência registrou um aumento de 13,3% de janeiro a junho, esse número caiu para 11,9% ao se incluir os dados de julho.

Crescimento desacelerado em 12 meses acumulados

Uma perspectiva de longo prazo, representada pelos números de 12 meses acumulados, reforça a tendência de crescimento desacelerado. A taxa, que se situava em 20,0% no mês de junho, apresentou uma leve diminuição para 18,8% na medição mais recente.

Flávio Calife, economista da Boa Vista, enfatizou a importância dessa queda no número de registros, que marcou a terceira ocorrência nos últimos quatro meses. Ele destacou que essa tendência “reforça a ideia que tínhamos de que o pior momento ficou para trás”.

Calife também ressaltou que, entre os fatores condicionantes, a única área que ainda não demonstrou melhora é o comprometimento da renda. No entanto, ele menciona que essa situação pode mudar à medida que o programa Desenrola ganha tração, facilitando a renegociação de dívidas com descontos e condições mais favoráveis. Ele sugere que, caso essa tendência persista, é provável que a taxa de inadimplência comece a declinar gradualmente.

Tendências de inadimplência e recuperação de crédito no Brasil: análise dos números de julho. Imagem: Canva

Recuperação de crédito em ascensão

Enquanto os números de inadimplência apresentaram movimentos cautelosos, o indicador de Recuperação de Crédito da Boa Vista mostrou um avanço de 1,5% em comparação ao mês anterior.

Em suma, esse cenário positivo também se reflete no trimestre móvel, com um recuo de 1,3% quando os dados são ajustados sazonalmente. Em relação ao mesmo período do ano passado, o aumento foi substancial, marcando 21,6%.

Contudo, em uma avaliação mais ampla, considerando o acumulado do ano, a Recuperação de Crédito apresentou um crescimento notável de 16,8%. A análise de 12 meses acumulados reforça ainda mais essa tendência, indicando um crescimento expressivo de 19,6%.

Um novo cenário

Certamente, a análise dos números divulgados pela Boa Vista aponta para um cenário misto. Assim, com um recuo modesto na inadimplência e um crescimento mais acentuado na recuperação de crédito. Enquanto o ritmo de queda na inadimplência sugere uma trajetória de melhoria, a recuperação de crédito demonstra uma resiliência notável.

No entanto, as tendências observadas nos últimos meses indicam que o pior cenário parece ter sido superado, com o comprometimento da renda permanecendo como um dos principais desafios a serem abordados.

Contudo, iniciativas como o programa Desenrola têm o potencial de influenciar positivamente a situação ao facilitar a renegociação de dívidas. Visto que com o crescimento da recuperação de crédito e a desaceleração da inadimplência em 12 meses acumulados, os próximos trimestres podem trazer um cenário mais otimista para a saúde financeira dos consumidores e para a economia em geral.