Pequenos negócios: receita de R$420 bilhões ao ano
Pesquisa do Sebrae revela a importância da categoria na economia nacional
Segundo o Atlas dos Pequenos Negócios, que teve lançamento na semana passada, comemorando os 50 anos do Sebrae, as micro e pequenas empresas brasileiras geram uma receita média de R$420 bilhões ao ano.
Desse modo, este tipo de negócio é responsável por 99% do número de empresas no país e produzem 30% do Produto Interno Bruto (PIB). Podemos destacar como ponto forte dos pequenos negócios, o fato de empregarem 54% de todos os empregos formais.
A apuração dos dados relacionados às pequenas e microempresas nacionais foi dividida em regiões e por estados, algo nunca realizado pelo Sebrae. Ademais, o Atlas dos Pequenos Negócios também observou aspectos como diversidade dos donos das empresas, escolaridade e finanças.
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Dados Econômicos
O Atlas apresentou algumas informações importantes acerca dos rendimentos dos Microempreendedores Individuais (MEI). Todavia, de acordo com o Sebrae, a categoria em atividade possui uma renda anual de cerca de R$140 bilhões. As micro e pequenas empresas (MPE) produzem um ganho total de R$280 bilhões.
Alguns dados apresentados pelo Sebrae merecem destaque, como o fato de que 78% dos MEIs e 71% dos MPE têm seu negócio como principal fonte de renda. No entanto, esta situação pode ser um reflexo da crise econômica. Aliás, a porcentagem dos empreendedores que começaram as suas empresas por alguma necessidade vinha caindo entre 2002 e 2014, com uma alteração de 55,4% para 29,1%.
Durante a recessão, entre os anos de 2015 e 2016, além dos anos de crise sanitária causada pela pandemia de Covid, o índice voltou a apresentar um crescimento, indo para 50,4% em 2020 e 48,9% em 2021. Em síntese, estes dados são referentes ao Global Entrepreneurship Monitor 2021 (GEM), feito em território nacional, com o apoio do Sebrae.
Segundo Carlos Melles, presidente do Sebrae, em países desenvolvidos, os pequenos negócios contribuem com cerca de 40% a 50% do PIB. Dessa maneira, a entidade espera auxiliar para esse nível de desenvolvimento nos próximos dez anos, principalmente pela importância que as empresas têm na geração de emprego e renda.
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Pesquisa diferenciada
Foi a primeira vez que uma pesquisa realizada pelo Sebrae apurou de forma detalhada o desenvolvimento de regiões e estados específicos da federação. Todavia, o estudo apontou, por exemplo, que cerca de 40% dos donos dos negócios do país estão nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais.
Um outro dado interessante mostra que em Sergipe, no Rio de Janeiro e no Distrito Federal, estão presentes a maior proporção de mulheres à frente dos pequenos negócios. Já as regiões norte e nordeste apresentam o maior número de jovens e negros liderando um empreendimento. Aliás, uma das causas para este quadro se deve ao fato de que estes locais apresentam uma população mais jovem que no restante do país.
O Atlas dos Pequenos Negócios também mostrou que as regiões sul e sudeste possuem os menores índices de negros comandando empresas, com cerca de 15% em Santa Catarina e Rio Grande do Sul.
A pesquisa também demonstrou alguns dados referentes à formalidade ou não dos negócios. A maioria dos empreendedores informais são negros, com baixa escolaridade e renda, e que investem pouco tempo em seus negócios. São empreendedores trabalhando sem empregados, por conta própria, na sua maioria em construção civil e no setor agropecuário.
Em relação aos negócios formais, os dados apresentados mostram que os empreendedores são brancos, entre 35 e 54 anos, possuem empregados e trabalham cerca de 40 horas semanais na administração de suas empresas. Além disso, possuem uma alta escolaridade e atuam basicamente com comércio e serviços.
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Políticas públicas voltadas aos pequenos e microempreendedores
A pesquisa realizada pelo Sebrae apontou como as políticas públicas como a criação do MEI, o Simples Nacional e a Lei Geral das MPE. Elas são importantes para uma maior formalização e desenvolvimento dos pequenos empreendedores nacionais.
Números relativos ao Atlas mostram que de 2012 a 2021, o número de empreendedores cresceu mais que o de trabalhadores no país. Em suma, neste período, os MEIs passaram de 2,6 milhões, para 11,2 milhões.
De acordo com Kennyston Lago, analista de gestão estratégica do Sebrae, o Microempreendedor Individual vem contribuindo exponencialmente para a redução da informalidade. Estima-se que 28% dos MEIs, são oriundos desta categoria.