O “Voa Brasil” trata-se de um projeto que prevê passagens aéreas de R$ 200 para determinados públicos como aposentados, servidores públicos e estudantes do Fies, sendo estruturado pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) em cooperação com empresas do setor, num trabalho que deverá estar pronto até julho.
Segundo Márcio França, ministro dos Portos e Aeroportos, o plano propõe ocupar assentos em voos a preço popular. Além disso, França afirmou que foram as companhias aéreas que abordaram o governo para propor o plano.
Falas de Márcio França
O ministro conversou com companhias aéreas como Azul e Gol, além de entidades representativas do setor. “Elas [as empresas] estão formatando as ideias de como vão propor isso. Pelo menos duas toparam já, a Gol e a Azul, e tenho certeza também que a Latam vai topar”, afirmou.
Vale lembrar que, com base no portfólio, a empresa já vende cerca de 120 milhões de passagens por ano, mas apenas para 20 milhões de viajantes. A ideia é trazer pelo menos mais 10 milhões de consumidores para o mercado de aviação por meio do “Voa Brasil”.
A Azul e Gol disseram que estão “à disposição para contribuir com o governo”. Em nota, a Azul disse que “já está em contato com o Ministério de Portos e Aeroportos e disposta a colaborar com o projeto”.
Já a Gol disse que foi criada para democratizar a aviação no Brasil e que poderia trabalhar junto ao governo para contribuir com a viabilização de projetos que ampliem ainda mais o acesso das pessoas ao transporte aéreo.
Como funcionará o “Voa Brasil”?
Para entrar no “Voa Brasil”, as pessoas não poderão ganhar mais de R$ 6.800 por mês. Conforme o ministro dos Portos e Aeroportos, a ideia é buscar pessoas que já tenham vínculo com o governo, seja servidor público, aposentados, pensionistas ou estudantes que tenham FIES.
Desse modo, as passagens aéreas do “Voa Brasil” devem ser vendidas entre os meses de fevereiro e junho ou entre agosto e novembro, período do ano que acontece uma oscilação de 21% nos voos domésticos.
Como esperado, a pasta pretende, em parceria com as companhias aéreas, emitir quase 12 milhões de passagens por ano a R$ 200. Além disso, os bilhetes poderão ser parcelados em até 12x com juros, e o valor mínimo da parcela será de R$ 72.
Vale destacar que, para manter os custos o mais baixo possível, o governo estuda o envolvimento de concessionárias de aeroportos.
Dessa forma, os administradores de terminais podem reduzir as taxas de embarque, ajudando a reduzir o custo das passagens aéreas, já que as taxas afetam diretamente o valor final.
Apesar de o governo federal não divulgar mais detalhes do Voa Brasil, sabe-se que a intenção é emitir 12 milhões de passagens por ano para compensar a ociosidade (assentos vazios) nos voos, que chega a 21% durante o ano.
Portanto, as passagens no valor de R$ 200 só estarão disponíveis em períodos intermediários, excluindo datas de grande movimento, como, por exemplo, dezembro, janeiro, fevereiro, junho e julho.
O governo federal pretende, portanto, através do “Voa Brasil”, usar pelo menos 5% dos voos ociosos no segundo semestre do ano e aumentar gradualmente o uso. “No primeiro semestre do ano que vem, 10%, no outro 15% e no outro 20%. Para ir integrando”, afirmou Márcio França.