As companhias aéreas Gol e Azul já toparam participar do programa Voa, Brasil, do Governo Federal. Trata-se de um projeto que prevê a liberação de passagens de avião para qualquer parte do Brasil por apenas R$ 200. Em declaração nesta terça-feira (15), o Ministro de Portos e Aeroportos, Márcio França (PSB) disse que a ideia está sendo bem recebida pelo setor aéreo.
Nas últimas horas, as duas companhias aéreas citadas por França lançaram notas separadas dizendo que estão dispostas a conversar sobre o programa, mas não chegaram a falar publicamente que já estão confirmadas no processo. Segundo o Ministro, porém, resta apenas a decisão da Latam, que ainda não se pronunciou oficialmente sobre o assunto.
Reunião com Lula
Márcio França participou nesta terça, 15, de uma reunião ministerial com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Sem citar nomes, o petista disse publicamente que não permitiria mais nenhum anúncio de projeto feito por ministros antes de uma prévia análise do Ministério da Casa Civil, e também dos ministérios da Fazenda e do Planejamento e Orçamento.
A declaração foi lida pelos presentes como uma indireta ao Ministro Márcio França, que fez o anúncio do programa antes de debater o assunto com o Ministro-Chefe da Casa Civi, Rui Costa (PT). De todo modo, França saiu da reunião dizendo que reconhece o erro, mas ratificando que o projeto está de pé, e que ele tem o apoio das companhias aéreas para realizar este movimento.
“Elas (as empresas) estão formatando as ideias de como vão propor isso. Pelo menos duas já toparam e tenho certeza também que a Latam vai topar”, disse o Ministro. Ele também falou que as companhias é que terão o poder de decidir quais voos terão as passagens vendidas a R$ 200.
“Elas (as companhias) que definem, mas eles vão colocar em todos os voos; vão procurar colocar naturalmente as tardes, as noites, horários alternativos. É da competência deles, não vamos regular”, completou o Ministro.
“Durante vários períodos do ano, elas operam com ociosidade mesmo. Se as empresas encontrarem jeito de fornecerem essas vagas para as pessoas a preços menores, temos que comemorar. É super positivo que façam isso, e nós do governo temos que incentivar”, disse ele.
“Se eles encontrarem solução para equacionar essas vagas, a um preço que dê o limite de R$ 200, é pouco provável que não vá dar resultado, só que você tem que limitar”, completou o Ministro em conversa com jornalistas.
Mudança de rota
No mesmo diálogo, França disse que ainda será preciso discutir com mais cuidado qual será o público que vai ser atendido pelo novo programa.
No início desta semana, o Ministro disse que a ideia era atender os servidores públicos federais, estaduais e municipais, além dos aposentados e pensionistas do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) e dos estudantes com FIES.
Agora, ele afirma que o assunto ainda será debatido. “Seria por receita, por idade, abaixo de 25, acima de 65? Para também não tirar o cliente que já é deles e passar por uma tarifa…não. Queremos novas pessoas voando”, disse o Ministro.