As novas projeções para a inflação no Brasil em 2023 estão cada vez mais positivas. Os analistas do mercado financeiro estão mais otimistas em relação à taxa inflacionária, que deve crescer menos que o esperado neste ano.
Da mesma forma, o Produto Interno Bruto (PIB) deverá ter um crescimento mais expressivo. Tudo isso representa aumento no poder de compra do consumidor, que poderá comprar mais produtos e contratar mais serviços do que acreditava.
De acordo com o relatório Focus, que traz estimativas de analistas de mais de 100 instituições financeiras sobre indicadores econômicos do país, a inflação no Brasil deverá ficar em 5,06% neste ano. A taxa é menor que a projetada na semana passada (5,12%), sendo a sexta redução consecutiva do indicador.
As quedas recorrentes indicam que os analistas estão mais otimistas com a atividade econômica do país. Aliás, vale destacar que as estimativas indicavam uma inflação de 5,71% há quatro semanas, ou seja, a taxa caiu significativamente nas últimas atualizações.
A propósito, o termo inflação se refere ao aumento contínuo e generalizado dos preços de produtos e serviços. Em resumo, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE) coleta as variações dos preços e as divulgada mensalmente. E o mercado fica atento a esses dados para atualizar as previsões.
A desaceleração na inflação, bem como as recentes reduções nas projeções dos analistas, vêm acontecendo desde a entrada em vigor da nova política de preços da Petrobras, que surpreendeu parte do mercado em maio deste ano.
No mês passado, a companhia anunciou a mudança em sua política de preços. Além disso, a Petrobras também reduziu os preços da gasolina, do óleo diesel e do gás de cozinha no mesmo dia. Segundo a companhia, os reajustes estavam ocorrendo devido à mudança da política de preços.
No último dia 15 de junho, a Petrobras anunciou mais um reajuste no preço da gasolina, para alegria dos motoristas. Em síntese, a companhia reduziu em 4,3% o valor da gasolina comercializada para as distribuidoras.
Esse novo reajuste ajudou os analistas a reduzirem as suas projeções para a inflação, uma vez que os combustíveis exercem um grande impacto na taxa inflacionária do país. Como a expectativa é de queda nos preços, a inflação também deve perder força no Brasil.
O Banco Central (BC), responsável pelo relatório Focus, divulgou as novas estimativas dos analistas nesta segunda-feira (26). Cabe salientar que, mesmo com a desaceleração, as projeções para a inflação continuam distantes da meta para este ano.
Isso é ruim para o país, que busca uma taxa inflacionária abaixo da meta definida, uma vez que há diversos benefícios quando isso ocorre.
Em suma, o Conselho Monetário Nacional (CMN) é o responsável pela projeção de uma meta central para a inflação do país todos os anos. Assim, o BC age para cumprir a meta definida, pois a inflação controlada traz diversos benefícios para o país, como:
Para 2023, o CMN definiu uma meta central de 3,25% para a inflação no país, podendo variar entre 1,75% e 4,75%. Isso acontece porque a entidade também define um intervalo de 1,5 ponto percentual (p.p.) para a taxa inflacionária, para cima e para baixo.
Neste sentido, caso a inflação deste ano tenha uma variação dentro desse intervalo, entre 1,75% e 4,75%, ela terá sido formalmente cumprida, mesmo superando a meta central de 3,25%.
Como visto no relatório Focus, os analistas ainda não acreditam que o Brasil cumprirá a meta, apesar das recentes reduções. Caso isso realmente aconteça, a inflação irá estourar a meta pelo terceiro ano consecutivo, ou seja, os preços de produtos e serviços vão subir mais que o esperado mais uma vez.
A saber, o Conselho Monetário Nacional é composto por:
O relatório Focus também revelou as novas projeções dos analistas sobre o PIB brasileiro. Nesta semana, o mercado financeiro elevou pela sétima semana seguida as projeções para o crescimento da economia brasileira em 2023, de 2,14% para 2,18%, o que indica maior otimismo dos analistas para este ano.
Em resumo, a decisão da Petrobras ajudou a impulsionar as estimativas para o PIB do país, que estava em 1,26% há quatro semanas, ou seja, as projeções para o crescimento da economia brasileira subiram quase 1,0 ponto percentual no período.
Ainda assim, o crescimento do PIB brasileiro deverá ser menor que o registrado em 2022, mas vale destacar que essa é a sexta semana que as estimativas superaram 1%. Antes disso, todas as previsões indicavam um crescimento menor ou igual a esse taxa.
Para 2024, as projeções subiram levemente de 1,20% para 1,22%, mas a taxa seguiu bem inferior às estimativas para este ano. Em síntese, o PIB brasileiro deverá crescer com menos intensidade em 2023 e 2024 por causa dos impactos provocados pela pandemia da covid-19 e pela guerra entre Rússia e Ucrânia, cujos desafios ainda são muito presentes em todo o mundo.
Por fim, os analistas mantiveram estáveis as estimativas para a taxa Selic, que deve ficar em 12,25% neste ano. Já para 2024, os juros deverão encerrar o ano em 9,50%, patamar ainda elevado e que continuará afetando a renda dos brasileiros, reduzindo o poder do consumidor.