Um dos meios de pagamento mais utilizado pelos brasileiros, o boleto bancário deve passar por uma mudança de sistema. De acordo com informações oficiais, a partir do dia 15 de março todos os brasileiros que optarem por este modo de quitação sentirão uma diferença importante.
A ideia é que os pagamentos de contas de consumo do dia a dia, passarão a ser feitos no mesmo dia, em um processo conhecido internamente como D+0, ou seja, com o valor sendo resgatado no mesmo dia. Uma outra parte dos pagamentos vai seguir dentro do esquema de D+1, com os repasses sendo creditados no dia útil seguinte.
Na prática, isso significa que se o cidadão pagar um boleto até às 16h30, o cobrador poderá receber a quantia no mesmo dia, a depender do contrato que ele tenha com a instituição financeira. Se o pagamento for feito depois das 16h30, o valor será creditado no dia seguinte.
O que muda para os boletos
A Federação Brasileira dos Bancos (Febraban) afirma que nada deve mudar para o cliente que está fazendo o pagamento. A mudança em questão deverá impactar muito mais o cidadão que está recebendo a quantia, já que ele poderá ter acesso ao montante mais rapidamente.
“No início, a estimativa é que cerca de 57% dos boletos possam ser processados no mesmo dia, enquanto 43% no prazo D+1. Quando estiver totalmente implantada, a ideia é iniciar os estudos para trazer toda a liquidação de boletos para o prazo D+0”, disse Walter Faria, diretor-adjunto de serviços da Febraban.
“A mudança trará mais agilidade para o cobrador, e irá beneficiar muito o comércio. No caso do e-commerce, por exemplo, vemos também vantagens para os compradores, que poderão ter o processo de entrega de mercadorias feito com mais rapidez”, completou Faria.
Pagamentos de boletos
Embora venham se tornando cada vez menos comuns, os boletos ainda são muito utilizados pelos brasileiros. Em 2023, cerca de 4,2 bilhões de boletos bancários foram pagos no Brasil. Segundo a Febraban, algo em torno de R$ 5,8 trilhões foram movimentados com estas transações.
Vale lembrar que qualquer pessoa física ou jurídica pode receber pagamentos através de boletos. Para tanto, é necessário que ele tenha uma conta bancária, e que ele contrate o serviço junto ao seu banco.
Os boletos foram criados pelo Banco Central (BC) em 1993, mas só começaram a funcionar no Brasil a partir do ano de 1994, mesmo ano em que o país começou a colocar em prática o Plano Real.
DOC chegou ao fim
O sistema de transferência conhecido popularmente como DOC chegou ao fim. O Documento de Ordem de Crédito foi encerrado na última quinta-feira (29). A informação foi oficialmente confirmada pelo Banco Central (BC) nesta semana.
Foram mais de quatro décadas de atuação em território nacional. Os últimos anos, no entanto, foram especialmente difíceis para o DOC, que perdeu muito da sua popularidade, sobretudo depois da chegada do Pix, sistema notadamente mais leve, ágil e econômico.
Para além do DOC, o Banco Central também confirmou que acabou com o processo de Transferência Especial de Crédito (TEC) nesta quinta-feira (29). Este é um sistema usado exclusivamente por empresas no pagamento de benefícios a funcionários.
No caso específico do DOC, o processo de transferência estava sendo permitido até o último dia 15 de janeiro. Assim, agora já não é mais possível realizar este tipo de procedimento no Brasil. Contudo, até 15 de janeiro era possível agendar uma transferência para qualquer data até o dia 29 de fevereiro.
O DOC não está atrás apenas do Pix, mas de uma série de outros sistemas de transferência de recursos. Veja o ranking considerando os números divulgados pela Febraban no ano de 2022.
- Pix (24 bilhões);
- cartão de crédito (18,2 bilhões);
- cartão de débito (15,6 bilhões);
- boleto (4 bilhões);
- TED (1,01 bilhão);
- cheques (202,8 milhões);
- DOC (50 milhões).