De acordo com especialistas na área da numismática, o Brasil conta atualmente com dezenas de milhares de moedas raras em circulação. Isso significa que esses exemplares valiosos podem estar sendo repassados neste exato momento em trocados no comércio, por exemplo.
Entretanto, como a grande maioria das pessoas não consegue identificar esses exemplares valiosos, eles naturalmente são repassados para outras mãos sem que ninguém consiga ganhar dinheiro. A boa notícia que você não precisa ser um especialista na área para identificar esses exemplares.
No caso das moedas de 10 centavos, por exemplo, existem vários exemplares valiosos que estão circulando pelo comércio brasileiro neste exato momento, e que podem valer até R$ 150 de acordo com os catálogos numismáticos mais atualizados.
Essas peças fazem parte da chamada segunda família do Plano Real, e são circulantes. É preciso que o cidadão preste atenção ao ano de fabricação da peça, e também a presença ou não de uma característica específica conhecida no meio da numismática como REVERSO INVERTIDO.
As moedas de 10 centavos da segunda família
As moedas de 10 centavos da segunda família do Plano Real possuem uma série de características próprias, que são conhecidas de boa parte da população brasileira.
Para ajudar no processo de identificação desses exemplares, listamos abaixo um grupo com as principais características das moedas de 10 centavos da segunda família do Plano Real tomando como base as informações disponibilizadas pelo Banco Central (BC):
- Material: bronze sobre aço
- Diâmetro: 20,0 mm
- Peso: 4,80 g
- Espessura: 2,23 mm
- Bordo: serrilhado
- Eixo: reverso moeda (EH) ?
- Circulação: de 01/07/1998 a atual
- Desenho do Anverso: Efígie de D. Pedro I – proclamador da Independência, primeiro imperador do Brasil -, ladeada pelo dístico Brasil e por cena alusiva à proclamação da independência política do País, ocorrida em 7 de setembro de 1822, em São Paulo, às margens do ribeirão Ipiranga.
- Desenho do Reverso: À esquerda, linhas diagonais de fundo dão destaque ao dístico correspondente ao valor facial, seguido dos dísticos centavos e o correspondente ao ano de cunhagem.
Dom Pedro I
Uma das principais curiosidades sobre a moeda de 10 centavos da segunda família do Plano Real é que ela conta com a representação de uma das figuras mais conhecidas da história do Brasil: Dom Pedro I. Ele foi um dos principais condutores do país no processo de Independência da Coroa Portuguesa.
De acordo com historiadores, Dom Pedro I foi muito criticado pelo seu autoritarismo, o que motivou o seu divórcio com as elites brasileiras. No meio da crise, ele renunciou ao trono em 1831 e voltou a Portugal.
Valores das moedas
Como dito, as moedas de 10 centavos da segunda família do Plano Real que contam com o reverso invertido podem ser vendidas por até R$ 150. Mas em todos os casos é preciso prestar atenção ao ano de fabricação.
Uma moeda de 10 centavos de 1998 com reverso invertido pode ser vendida por R$ 140. Já a mesma peça do ano de 2005 seria vendida por algo em torno de R$ 50. Na imagem abaixo, você pode conferir os valores projetados pelos catálogos numismáticos mais atualizados para essas peças:
O que é uma moeda reverso invertido?
Mas afinal de contas, o que seria uma moeda com reverso invertido? Para entender esta pergunta, é necessário saber que o Brasil adota um sistema de padrão reverso moeda, ou seja, eixo horizontal (EH). As moedas que fogem deste padrão exigido são conhecidas como reverso invertido, e são consideradas muito raras.
Basicamente, as moedas com reverso invertido são aquelas que possuem o reverso com alinhamento contrário ou invertido ao alinhamento original. Na prática, para saber se uma moeda tem este defeito, basta segurar a peça com a face em posição normal virada para você. Logo depois, basta girar de baixo para cima.
Se o outro lado estiver de cabeça para baixo, estamos falando de uma moeda com reverso invertido, ou seja, uma peça valiosa. Vale frisar que qualquer item pode ser reverso invertido. Até mesmo centavos podem ter este tipo de defeito. Em todos os casos, a peça poderá valer mais.
“Mas definir valor comercial à essas moedas é algo relativamente complicado, principalmente porque, como foram produzidas como erros durante o processo de cunhagem, não há registros da quantidade de moedas emitidas”, diz o especialista Plínio Pierry.