O que é tabu linguístico?
No convívio social, é comum que nos deparemos com uma série de restrições e imposições comportamentais pautadas na moral e na religião. Por possuir um caráter social, a língua não foge disso.
De acordo com o dicionário Priberam, a palavra tabu pode significar a proibição de determinada ação; medo ou proibição de origem religiosa, social ou cultural; ou ainda assunto de que não se pode ou não se deve falar. Em resumo, o tabu diz respeito a algo proibido. Nesse sentido, o tabu linguístico consiste na imposição de restrição quanto ao uso de determinadas palavras.
O tabu linguístico tem duas definições, uma própria e uma imprópria. Segundo Mansur Guérios, propriamente, “o tabu linguístico é a proibição de dizer certo nome ou certa palavra, aos quais se atribui poder sobrenatural, para evitar infelicidade ou desgraça”. Já impropriamente trata-se da proibição de dizer qualquer expressão imoral ou grosseira.
Nesse sentido, os falantes temem em usar algumas palavras, ou as evitam por elas não serem bem vistas pela comunidade linguística. Na língua portuguesa, um bom exemplo de tabu linguístico é a palavra diabo. Logo, a restrição do seu uso é de origem religiosa. Muitos falantes evitam usar essa palavra por receio de atrair coisas ruins ou de “invocar” tal figura. Assim, diversas palavras surgiram em substituição: diacho, dianho, dialho, diango e diangros.
Essa substituição ocorre também com palavras consideradas deselegantes, expressões chocantes ou de baixo calão. Desse modo, os vocábulos são substituídos por palavras ligeiramente modificadas. Exemplo disso são palavras como putz, caraca, desgrama e desgramado.
Em resumo, o tabu linguístico reflete a preocupação do falante em não agir de modo ofensivo à moral religiosa ou aos padrões de comportamento social.
E aí? Gostou do texto? Então deixe o seu comentário!