A carta argumentativa é um tipo de produção textual que tem o objetivo, por meio da argumentação, convencer o interlocutor sobre um determinado assunto.
Ou seja, na carta argumentativa é atribuído um destinatário que deve ser convencido pelos argumentos expressados pelo locutor.
Mas antes, vale lembrar que a carta em si, é um meio de comunicação usado há muito tempo.
Como as cartas pessoais em que pessoas trocavam correspondência contando momentos e memórias, as cartas de leitores (expectadores) enviada para jornais e televisão no intuito de expor opinião sobre algo e a carta aberta.
Então, o que vai diferenciar uma carta da outra são os motivos, os objetivos pelo qual ela está sendo confeccionada.
No caso da carta argumentativa, geralmente seu objetivo é feita para reclamações ou reivindicações direcionadas a autoridades, expondo argumentos para persuadi-los sobre um determinado assunto.
Desta forma, a carta argumentativa é um dos gêneros textuais em que o intuito é convencer o leitor (receptor), através da argumentação, do ponto de vista do locutor.
O que caracteriza uma carta argumentativa?
Geralmente, a carta argumentativa é escrita na 1ª pessoa do singular, por isso o seu caráter pessoal, já que o assunto exposto é o ponto de vista do locutor.
Desde o início da carta, o interlocutor deve ser identificado, por isso é necessário a presença de um destinatário, e obviamente, um remetente.
Isto porque, durante todo o corpo do texto deve ser trabalhada a interlocução entre emissor e receptor. E assim tentar convencê-lo através da persuasão usando argumentos claros e objetivos. Ressaltando que a argumentação deve condizer com o ponto de vista defendido pelo remetente.
Toda carta argumentativa deve conter finalização e assinatura. Geralmente, as finalizações são marcadas pela utilização de saudações finais.
Aprenda como fazer uma carta argumentativa
Todo tipo de gênero textual obedece a regras estruturais para a sua confecção, com a carta argumentativa é a mesma coisa.
A estrutura da carta argumentativa deve conter cabeçalho, vocativo (saudação inicial), corpo do texto (apresentação e desenvolvimento), despedida e assinatura.
Cabeçalho
É apenas a indicação do local e da data em que a carta é redigida.
Exemplos: Feira de Santana, 23 de julho de 2019. / Juazeiro do Norte, 23 dezembro de 2019.
Vocativo
É a forma de tratamento direcionada ao destinatário. É uma saudação inicial para começar o processo de interlocução.
Nesse espaço pode ser o nome do destinatário, o cargo que ele (a) ocupa ou por pronomes de tratamento como “Vossa Senhoria”, “Prezado Senhor” “Excelentíssima Senhora”, “Vossa Excelência”, entre outros.
Vale ressaltar que a forma de tratamento está relacionada ao grau de formalidade e intimidade existente entre o emissor e o receptor. Contudo, usando os pronomes de tratamento, como os indicados acima, é uma forma de mostrar mais respeito ao destinatário.
Corpo do texto
É no corpo do texto que é apresentado e desenvolvido a reclamação ou solicitação que o locutor está reivindicando.
As primeiras linhas devem conter a apresentação do locutor. Isto é, a caracterização daquele que o escreve.
Então, dá-se início a apresentação dos motivos que o levou a escrever tal carta. Nesse momento, é desenvolvido a argumentação, fazendo-se presente sempre a interlocução.
Isto é, durante todo o texto, sempre deve ser feita uma referência direta ao interlocutor, e isto pode ser feito por meio de pronomes ou verbo como são, lhe, veja, etc.
Dando esse desenvolvimento, chega o momento de finalizar a carta argumentativa. Isto é, apresentar as intenções de tudo que foi desenvolvido.
É o momento em que o locutor reafirma o ponto de vista defendido, podendo apresentar sugestões ou melhorias ao que foi trabalhado durante toda a carta.
Vale ressaltar que na finalização deve-se evitar expressões como “eu acho”, “eu penso” e “eu acredito”. Isto porque, essa parte deve ser apresentada como exposições afirmativas e com tom mais contundente.
Despedida
Fechando a finalização da carta, a despedida é a saudação final que coloca um ponto final na carta, que pode ser feita por expressões como “grato pela atenção”, “atenciosamente” e “sem mais despeço-me”.
Assinatura
É indispensável a assinatura da carta argumentativa, assim como a despedida. A assinatura, nada mais é do que o nome do locutor, daquele que confeccionou a carta.
Mas atenção, assinar o próprio nome não é muito recomendado, uma opção é usar o recurso da máscara.
Uso da máscara
A máscara é a invenção de um personagem que não deve ter nenhuma relação com a vida real. Ou seja, cria-se uma pessoa fictícia para assinar a carta.
O recurso da máscara é usado no intuito de evitar a invalidação do texto por tentativa de identificação.
Mas esse recurso só deve ser usado, caso não tenha estabelecido uma assinatura no enunciado do texto. Pois, se já tiver feito essa assinatura no início, ela deve ser usado em todo o texto.
Exemplo de carta argumentativa
São Cristóvão, 12 de fevereiro de 2010
Prezado Diretor da Empresa Chocolate Amadeu,
Gostaria de informar que comprei uma caixa de chocolates no ano passado para dar de presente aos meus familiares no ano novo e tive uma grande desilusão, fora a vergonha que tive de passar.
As cinco caixas, compradas no estabelecimento Flora Brasil em dezembro de 2009, estavam fora do prazo de validade e, além disso, os chocolates estavam esbranquiçados e sem o sabor que costumam ter.
Visto esse incidente, voltei à loja e eles me impediram de trocar os produtos, uma vez que não estava com o recibo da compra. Para tanto, recorri ao Procon (Fundação de Proteção e Defesa do Consumidor) e aguardo resposta da entidade sobre a reclamação que fiz.
Nesse caso, resolvi escrever diretamente para a empresa ver se consigo resolver meu problema (ainda que ele não poderá ser resolvido totalmente, pois já tive que passar a vergonha pela situação dos chocolates quando os ofereci).
Atenciosamente.