O cenário corporativo passou por mudanças drásticas nos últimos anos, especialmente devido à pandemia de Covid-19. O trabalho remoto, uma medida forçada em tempos de crise sanitária, foi apontado como o “novo normal” para empresas em todo o mundo.
O fim do “novo normal”: Por que as empresas estão retornando ao modelo presencial de trabalho?
Alguns empresários até chegaram a anunciar o fim de seus escritórios, enquanto os funcionários montavam seus escritórios em casa. No entanto, atualmente vemos no movimento de retorno ao trabalho presencial, uma tendência que está em constante evolução.
A volta ao escritório: uma tendência compulsória para os funcionários
Nos últimos meses, grandes empresas como Google, Salesforce e Amazon têm adotado políticas de retorno ao trabalho presencial. Por exemplo, a plataforma de reuniões online Zoom, que se destacou durante a pandemia, anunciou que os funcionários que moram perto de um escritório devem comparecer presencialmente dois dias por semana, alegando que isso é mais eficaz para o serviço de videoconferência. Essas ações indicam uma mudança significativa no paradigma do trabalho remoto.
A queda nas vagas de trabalho remoto
De acordo com o LinkedIn Economic Graph, em fevereiro de 2022, 40% das vagas anunciadas no Brasil mencionaram a possibilidade de trabalho remoto. No entanto, um ano depois, esse percentual caiu para 25%.
Contudo, essa tendência não é exclusiva do Brasil; ela também é observada globalmente. No mundo, a proporção de vagas para trabalho remoto no Brasil está à frente de países como Estados Unidos, Índia, Espanha e Reino Unido, de acordo com dados de fevereiro de 2023.
A busca pela produtividade é o argumento para o retorno presencial?
Uma das principais justificativas das empresas para o retorno ao trabalho presencial é a busca por melhorias na produtividade. Um estudo da Universidade de Stanford, publicado em julho de 2023, concluiu que o trabalho remoto pode reduzir a produtividade em 10% a 20% em comparação com o trabalho presencial em tempo integral.
Em contrapartida, há outros estudos que demonstram que a atividade remota pode elevar a produtividade por conta de fatores motivacionais, além de ser uma clara redução de custos para as empresas em diversos aspectos.
Maria Eduarda Silveira, headhunter especializada em Liderança, observa que, em tempos desafiadores, é natural que algumas empresas vejam o retorno ao escritório como uma maneira de restaurar o equilíbrio rapidamente.
No entanto, é essencial distinguir se essa mudança ocorre devido a uma falsa sensação de controle ou porque o trabalho presencial realmente faz mais sentido para a estratégia de negócios de uma empresa.
Os desafios do trabalho remoto
Segundo o estudo de Stanford, os desafios de comunicação, a dificuldade em atuar de forma mais criativa e a queda na produtividade são os principais obstáculos do trabalho 100% remoto.
O trabalho híbrido: um compromisso promissor
O modelo de trabalho híbrido, que combina dias presenciais e remotos, demonstra leves efeitos positivos na produtividade, conforme constatado pela pesquisa da universidade americana. Em resumo, esse formato economiza tempo de deslocamento e permite que os funcionários sejam mais produtivos em casa devido a menos distrações e a um ambiente de trabalho mais tranquilo.
Saúde mental
Especialistas destacam que independentemente do modelo de trabalho, é fundamental considerar a saúde mental dos colaboradores. Em suma, é viável enfatizar a importância de criar ambientes de trabalho que proporcionem segurança psicológica. Especialmente em uma rotina que pode ser desafiadora, seja presencial ou remota.
Reflexões necessárias
De modo geral, as empresas devem refletir sobre os efeitos de decisões extremas, como o retorno presencial forçado. Contudo, é possível que, à medida que os efeitos dessas ações se tornem mais evidentes, algumas empresas reconsiderem suas abordagens.
Certamente, uma gestão com foco em resultados pode minimizar a obrigatoriedade do retorno presencial. Já que as vantagens do home office são elevadas para todos os envolvidos.