O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, pegou os brasileiros de surpresa. Recentemente, ele falou sobre a possibilidade de extinguir o cartão de crédito no Brasil, e isso poderá acontecer graças ao Pix.
Desde o seu lançamento em 2020, o Pix passou a ser utilizado cada vez mais pelos brasileiros, recebendo a aprovação da maior parte da população, que não tem muito o que reclamar do sistema.
A propósito, o Pix é um meio de pagamento instantâneo que consiste na transação de valores financeiros entre contas em poucos segundos, a qualquer hora ou dia. Isso o torna rápido e prático, sem contar que o sistema também é bastante seguro.
Todos esses pontos positivos ajudaram a ferramenta a cair na graça dos brasileiros. Aliás, é sob essa ótica que o presidente do BC fez algumas declarações há cerca de duas semanas sobre a extinção do cartão de crédito.
De acordo com cálculos do BC, houve mais de 3,5 milhões de transações via Pix até o dia 31 de julho. Em suma, estas operações somaram aproximadamente R$ 1,4 trilhão, montante que reflete a utilização disseminada entre os brasileiros.
Na última segunda-feira (29), durante um evento do Fundo Comunitário Keren Hayesod, Campos Neto afirmou que o Pix vai assumir o lugar dos cartões de crédito no país em algum momento. A declaração foi feita com bastante certeza porque o BC já vem planejando aumentar as suas funcionalidades do sistema de pagamento instantâneo.
Inclusive, a imprensa está chamando a nova funcionalidade de “Pix crédito”, apesar de não haver qualquer previsão em relação a seu lançamento. Em síntese, esta nova função teria o poder de dispensar as bandeiras dos cartões de crédito, promovendo uma redução dos custos e das taxas de juros, pois haveria uma intermediário a menos no processo de utilização dos cartões.
Durante um evento em Curitiba, realizado há cerca de duas semanas, o presidente do BC já havia levantado a possibilidade de dar um fim aos cartões de crédito.
“Você vai juntar o Pix e outros produtos, lembrando que você vai poder começar a poder fazer crédito no Pix, então, em algum momento, no futuro, você não precisará ter cartão de crédito, poderá fazer tudo no Pix“, disse Campos Neto.
O Banco Central vem estruturando outras modalidade do Pix para aumentar os serviços oferecidos à população. Segundo o jornal Estadão, a autarquia está trabalhando em duas ramificações do sistema de pagamentos: o Pix Automático e o BolePix.
Em resumo, o Pix Automático funcionará como uma versão do débito automático, de maneira mais aprimorada. Este serviço vai permitir aos usuários o pagamento de despesas recorrentes, como contas de luz, água e telefone, e dívidas parceladas a longo prazo.
A saber, o funcionamento do Pix Automático ocorrerá através do convênio entre a prestadora de serviços e os bancos. O periódico também revelou que, normalmente, poucos bancos oferecem essa modalidade. Portanto, a nova modalidade deverá impactar fortemente a concorrência.
“O sujeito vai conseguir estabelecer o Pix automático no balcão da academia com o celular“, explicou o diretor do BC, Renato Dias de Brito Gomes, ao jornal. O serviço deverá começar a valer no país até o final do ano.
Já o BolePix terá uma funcionalidade completamente diferente. O Estadão informou que a modalidade irá funcionar como um replicador do boleto. Dessa forma, o QR Code vai aparecer como um boleto, permitindo ao consumidor o pagamento do documento via Pix. Assim haverá uma liquidação instantânea, sem precisar esperar dias para o pagamento ser confirmado.
Esta iniciativa une as funcionalidades do boleto e a instantaneidade do Pix, ressaltou o diretor do BC, Renato Dias. Aliás, o serviço também vai poder realizar o recálculo de valores a serem pagos, caso haja necessidade.
Além disso, a modalidade vai permitir pagamentos em dias de sábado e domingo, algo que não é possível atualmente com os boletos, já que a contagem para a confirmação do pagamento só considera dias úteis, entre segunda e sexta-feira.
Diferentemente do Pix Automático, cujo lançamento deverá acontecer neste ano, o início do BolePix está previsto apenas para o ano que vem.