Muitos trabalhadores do Brasil estão decepcionados com o governo Lula. Isso porque o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) prometeu que o piso salarial nacional seria de R$ 1.320 em 2023. No entanto, o valor vigente atualmente é de R$ 1.302.
Há muita expectativa em torno do salário mínimo. Em síntese, o aumento para R$ 1.320 não foi descartado e ainda poderá acontecer. No entanto, o valor mais provável de ser confirmado, segundo informações mais recentes do governo Lula, é de R$ 1.315.
Na verdade, a equipe econômica vem defendendo a manutenção do valor atual de R$ 1.302 até o final deste ano. A saber, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, é o principal agente defensor dessa medida.
Por outro lado, a ala política teme o desgaste da imagem do presidente Lula e propõe que o valor de R$ 1.320 comece a vigorar no país em maio, mês do trabalhador.
Contudo, o ministro do Trabalho e Previdência, Luiz Marinho, afirmou que a solução do governo deverá ser o aumento do salário mínimo para R$ 1.315. Dessa forma, o governo tentaria agradar ambos os lados, sem aumentar tanto assim o piso nacional, mas também sem mantê-lo no mesmo patamar atual.
A decepção dos trabalhadores do país ganhou força porque o uma das promessas de campanha do presidente Lula se referia ao salário mínimo. Em suma, o petista prometeu dar aumento real ao piso salarial nacional durante todos os anos do seu mandato
Para quem não sabe, isso quer dizer que o salário mínimo terá aumentos superiores à inflação do ano anterior. Aliás, o piso nacional vincula-se à taxa inflacionária, não podendo subir menos que ela, conforme determina a Constituição Brasileira.
No governo Bolsonaro, o salário mínimo só teve aumento real na passagem de 2022 para 2023. Inclusive, o salário mínimo em vigência no país resulta de uma Medida Provisória (MP) editada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro, no final do ano passado. Contudo, em todos os anos anteriores do seu governo, o salário mínimo foi reajustado apenas em linha com a inflação.
Durante a campanha eleitora, o presidente Lula afirmou que haveria ganho real em todos os anos do seu mandato. Contudo, como o piso salarial nacional não foi de R$ 1.320, como prometido pelo petista, muitos trabalhadores vêm criticando o presidente.
Em resumo, o governo possui duas opções quando o assunto é reajuste do salário mínimo. A primeira delas se refere à vinculação da inflação, ou seja, o salário subirá de acordo com a inflação do ano anterior. Já a segunda opção é a promoção de um aumento real no piso nacional.
Neste ano, houve um reajuste com ganho real, mas, antes disso, os brasileiros só conseguiram comemorar o aumento em 2019, promovido no ano anterior pelo presidente em exercício, Michel Temer.
Quando o salário mínimo não apresenta ganha real, subindo apenas para se manter equiparado à inflação, os trabalhadores que recebem o piso salarial não veem sua renda aumentar. Isso porque, mesmo com o aumento percentual, o valor apenas acompanha a taxa inflacionária.
Nesses casos, o trabalhador que recebe mensalmente um salário mínimo terá a chance de continuar adquirindo os mesmos itens que adquiriu no ano anterior. Contudo, ele não terá aumento real em sua renda para conseguir adquirir mais produtos ou serviços, pois o seu salário só terá subido para acompanhar a inflação.
A saber, o reajuste salarial vinculado à inflação garante aos trabalhadores que não haja perda de poder aquisitivo. Isso acontece porque o consumo das famílias é um dos principais motores para a economia brasileira, e o governo federal tenta manter esse motor funcionando, promovendo os reajustes do salário mínimo.
Contudo, o governo também poderá dar um aumento real ao piso salarial nacional, acima da inflação. Neste caso, o cidadão terá uma renda mais elevada e, teoricamente, poderá adquirir mais itens que no ano anterior, uma vez que seu salário terá subido mais do que os preços dos bens e serviços no país.
Embora os trabalhadores estejam decepcionados com o governo Lula, o reajuste deste ano já vem previsto no ano anterior. Assim, o primeiro valor real do salário mínimo promovido pelo presidente só começaria a valer em 2024. No entanto, Lula pretende elevar ainda mais o piso nacional, e os brasileiros terão mais motivos para comemorar.