Os preços dos principais combustíveis caíram pela quarta semana consecutiva nos postos do país. De acordo com o levantamento da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), o litro do etanol ficou 1,82% mais barato na semana passada.
Em valores reais, o biocombustível teve uma redução de sete centavos em relação à semana anterior, com o preço médio de R$ 3,77. Esse é o menor valor desde a primeira semana de novembro de 2022 (R$ 3,70), ou seja, há cerca de sete meses que o etanol não tinha um preço tão baixo quanto o registrado na semana passada.
Nesses últimos meses, o valor médio do biocombustível chegou a alcançar R$ 4,15 na última semana de abril. Isso aconteceu devido à decisão do Governo Federal de retomar a cobrança do PIS/Cofins (impostos) sobre a gasolina e o etanol no início de março, encarecendo os combustíveis.
Aliás, o etanol hidratado geralmente acompanha as variações da gasolina, visto que não há regulação dos preços do biocombustível no país. Assim, as variações do etanol são definidas pela razão entre oferta e procura, oscilando, principalmente, conforme às variações nos preços da gasolina.
Cabe salientar que o etanol poderia estar acima de R$ 4,00 no país. Contudo, no dia 17 de maio, a Petrobras reduziu em 12,6% o valor da gasolina vendida para as refinarias. Como o etanol segue as variações do combustível fóssil, o seu preço vem despencando no país desde então.
Na semana passada, o etanol ficou mais barato em todas as regiões brasileiras: Sudeste (-2,13%), Centro-Oeste (-1,59%), Sul (-0,96%), Nordeste (-0,70%) e Norte (-0,65%).
Os preços médios do etanol nas regiões brasileiras foram os seguintes:
Segundo os dados da ANP, a queda no preço do etanol foi puxada por 20 das 27 Unidades Federativas (UFs). Os recuos mais expressivos foram observados em Piauí (dez centavos), Pernambuco (nove centavos) São Paulo (nove centavos), Minas Gerais (oito centavos), Rio de Janeiro (oito centavos).
Em contrapartida, o valor do combustível subiu em três estados: Distrito Federal, Rio Grande do Norte e Sergipe, todos com alta de apenas dois centavos. Já em Amazonas, Espírito Santo, Rio Grande do Sul e Roraima os preços do etanol se mantiveram estáveis em relação à semana anterior.
Em síntese, nenhum estado do Norte comercializou o etanol a preços inferiores à taxa nacional (R$ 3,77). Isso explica por que a região tem o maior preço médio do país. Aliás, o menor valor do Norte foi observado no Tocantins (R$ 4,52), ficando 19,9% acima da taxa média do país.
Da mesma forma, nenhum estado das regiões Nordeste e Sul comercializou o etanol a preços inferiores à média nacional. Esse dado também explica o porquê destas regiões também terem registrados valores acima da média do país.
Confira abaixo os estados que tiveram os preços mais elevados do etanol na semana passada:
Em resumo, os maiores preços médios do país vieram de estados do Norte e do Sul, seguidos pelo Nordeste. A propósito, o valor médio no Sul não foi o segundo maior do país graças ao Paraná, cujo preço do etanol foi de R$ 4,09, puxando a média regional para baixo, mas ainda bem acima da média nacional.
Muitos motoristas ficam indecisos sobre qual combustível escolher para abastecer seus veículos. No entanto, vale destacar que a melhor opção nos últimos meses tem sido a gasolina, em vez do etanol.
Na verdade, ambos os combustíveis estão ficando mais baratos no país nas últimas semanas, para alívio dos motoristas. Contudo, com o acréscimo das variações da semana passada, o etanol apresentou um melhor custo-benefício que a gasolina em apenas um estado.
Contudo, é importante lembrar que o valor do etanol deve ser igual ou inferior a 70% do preço da gasolina para que seja mais vantajoso para os motoristas. Caso o resultado da equação supere os 70%, os motoristas devem optar pela gasolina, pois ela oferecerá um rendimento melhor ao veículo.
De acordo com os dados da ANP, apenas o Mato Grosso teve um percentual inferior a 70%. No estado, a proporção entre a gasolina e o etanol ficou em 67,2%, com o preço médio de R$ 5,24 e R$ 3,59, respectivamente. No entanto, nas 26 UFs restantes, a taxa superou os 70%, caracterizando a gasolina como mais vantajosa.