O novo decreto de armas que está por vir tem sido um tópico de grande discussão e controvérsia nos círculos políticos e de segurança pública do Brasil. Este artigo procura analisar de forma detalhada o conteúdo do decreto e seus possíveis impactos.
O contexto atual e os argumentos para a Proibição
O presidente Lula tem o poder de definir se permitirá ou restringirá a aquisição de pistolas de 9 milímetros, um ponto de desacordo entre os ministérios da Defesa e da Justiça. Recentemente, empresários do setor de armas têm visitado Brasília na tentativa de garantir a liberação dessa arma, que foi autorizada sob o governo de Jair Bolsonaro.
O principal argumento técnico para a proibição da venda de pistolas de 9 mm é o seu alto grau de letalidade. A discussão sobre a liberação ou proibição dessas armas tem causado um embate entre o Ministério da Defesa, que é a favor da liberação, e o Ministério da Justiça, que defende a proibição.
Oposição Política
Um grupo de Deputados na Câmara provavelmente apresentará um projeto legislativo para reverter a decisão se o governo mantiver a restrição. O deputado Alberto Fraga, presidente do grupo, argumenta que a proibição teria um impacto significativo na indústria de armas.
O Crescimento dos Registros de Armas e o Novo Decreto
Em 2018, antes de Bolsonaro assumir, havia 117,5 mil pessoas com registros CAC (Certificado de Registro de Arma de Fogo). Isso significa que 56 em cada 100 mil brasileiros possuíam licença para armas. Em 2022, esse número subiu para 783,4 mil registros, ou seja, 386 em cada 100 mil pessoas.
O novo decreto de armas, que deve ser assinado pelo presidente Lula, busca retornar ao sistema que existia antes do governo Bolsonaro. Ele deverá restringir o uso de fuzis e pistolas de alto calibre às forças de segurança, além de exigir maior controle na posse e porte de armas de menor calibre.
Novas Regras Propostas
Entre as novas regras propostas no decreto estão a proibição do funcionamento de clubes de tiro 24 horas por dia, a proibição de sua localização próxima a escolas e a restrição à publicidade de armas na internet.
A Polícia Federal seria responsável pela fiscalização dos clubes de tiro e dos CACs, além de outras questões relacionadas à venda de armas. A PF poderia fazer acordos com as polícias estaduais para ajudar nessa fiscalização.
Após a publicação do decreto, o governo planeja definir um programa de recompra de armas. O objetivo é receber armas de volta dos cidadãos em troca de algum tipo de compensação.
O novo decreto de armas é uma tentativa de equilibrar a necessidade de segurança pública com os direitos dos cidadãos de possuir armas para autodefesa. É um tema complexo e polêmico que certamente continuará a ser debatido nos próximos meses.