Se os planos do Governo Federal saírem como o esperado, eles devem gastar mais de R$ 60 bilhões de reais com os pagamentos do Bolsa Família em 2022. O programa, que vai passar a se chamar Auxílio Brasil, deverá entrar em cena a partir do próximo mês de novembro. Mas o gasto maior deverá ficar para o próximo ano.
Caso consiga a liberação do parcelamento dos precatórios, o plano do Planalto é pagar algo em torno de R$ 61,2 bilhões para os mais carentes. Isso seria portanto o dobro do que eles pretendiam gastar com o Bolsa Família neste ano. De acordo com o orçamento federal de 2021, o poder executivo poderia gastar até R$ 34,7 bilhões com o projeto em questão.
Quando se analisa mensalmente, a dimensão do aumento fica mais clara. Em 2021, o plano do orçamento do Governo pretendia gastar algo em torno de R$ 2,7 bilhões por mês. Para 2022, o plano mensal é usar algo em torno de R$ 5,1 bilhões com esses repasses. Esses números ainda não estão fechados, mas é provável que isso aconteça.
É que vale lembrar que o Presidente Jair Bolsonaro decidiu aumentar a cobrança do IOF. Com essa elevação, vai ser possível aumentar os pagamentos do Bolsa Família este ano dos atuais R$ 189 mensais para algo em torno de R$ 300. O número de usuários também vai poder subir de 14,6 milhões para 17 milhões de brasileiros.
Apesar de o aumento no IOF não seguir em 2022, o Governo não vai poder aumentar o tamanho do programa no próximo ano. Então o que eles fizerem em novembro e dezembro vai ter que seguir, sem nenhum tipo de aumento, a partir do próximo mês de janeiro. Isso porque as leis eleitorais impedem esse tipo de manobra em ano de eleições.
Vale lembrar que para toda essa equação fechar, o Governo Federal precisa do Congresso Nacional. É que neste momento, o Palácio do Planalto ainda não tem a liberação oficial para abrir espaço no orçamento de 2022.
Pensando nisso, o Ministro da Economia, Paulo Guedes, está realizando uma série de reuniões. Talvez a mais importante delas tenha acontecido nesta terça-feira (21), com os presidentes da Câmara, Arthur Lira (PP-AL) e Rodrigo Pacheco (DEM-AL).
De acordo com eles, Governo e Congresso podem ter chegado a um acordo para o parcelamento dos precatórios. Caso isso aconteça de fato, o Planalto vai conseguir o espaço no orçamento para aumentar o Bolsa Família.
Só que mesmo que essa liberação aconteça, o fato é que o novo projeto não vai poder atender todo mundo que precisa de benefícios. E membros do próprio Governo Federal estão admitindo isso.
Nesta semana, o Ministro da Cidadania, João Roma, reconheceu que algo em torno de 25 milhões de brasileiros que hoje recebem alguma ajuda do Governo ficarão sem nada a partir de 2022.
O ministro disse que o poder executivo precisa fazer alguma coisa para resolver essa situação. No entanto, ele não disse exatamente o que poderia ser. Informações de bastidores dão conta de que há uma ala pressionando por um novo programa social além do Bolsa Família.