O Governo Federal vai aos poucos divulgando alguns detalhes do novo Bolsa Família. Mesmo que ainda não dê para saber quando o programa vai começar de fato, membros de vários ministérios estão realizando uma série de reuniões para definir vários pontos do projeto em questão.
Um desses pontos é em relação ao nível de digitalização do programa. É que internamente, o desejo do Governo Federal é fazer com que o novo Bolsa Família se torne cada vez mais online. Dessa forma, as pessoas precisariam cada vez mais de acesso com internet para conseguir o dinheiro.
Seria algo semelhante ao que está acontecendo com o Auxílio Emergencial. Para quem não lembra, era preciso ter conexão com a internet para conseguir se inscrever no programa. Logo depois, a usuário precisava de um celular para conseguir receber as mensagens via SMS.
Hoje, o beneficiário precisa de conexão com internet para conseguir movimentar o dinheiro do Auxílio pelo celular. Se ele não tiver um aparelho de telefone, precisa esperar até a data da liberação do saque para ter acesso ao dinheiro do programa.
O Governo acredita que esta é a melhor forma de agilizar os serviços do Bolsa Família. Hoje, o usuário do programa não precisa necessariamente de internet. Isso porque ele pode ir pegar o dinheiro em espécie na própria data da liberação do benefício.
Bolsa Família mais digital
Vale lembrar, no entanto, que tudo isso está ainda no campo das ideias do Governo Federal. Isto é, eles ainda não bateram o martelo sobre essa situação. Trata-se apenas portanto de um desejo do Planalto. Ainda não se sabe se vai para frente.
No entanto, em entrevista recente, o próprio Presidente Jair Bolsonaro disse que isso vai acontecer. O chefe do executivo chegou a dizer que vai diminuir o papel das Prefeituras no processo de inscrição no programa. É que a pessoas iriam conseguir fazer essa entrada via internet.
Hoje, um cidadão que deseja entrar no Bolsa Família precisa entrar em contato com a Prefeitura da cidade. Logo depois, ele tem que ir até um Centro de Referência em Ação Social (CRAS) munido de documentos pessoais para pedir a entrada no Cadúnico. Só depois a ida para o programa passa por uma aprovação ou não.
Preocupação com a exclusão digital
Recentemente, uma pesquisa da Fundação Getúlio Vargas (FGV) mostrou que cerca de 7% da população brasileira não conseguiu entrar no Auxílio Emergencial porque não tinham um aparelho de celular. Vale lembrar que para entrar no programa era preciso ter uma conexão com internet.
Os números da pesquisa mostram que existe uma exclusão digital no país. E o levantamento revela que as pessoas que mais sofrem com isso são justamente as mais humildes, ou seja, as que mais precisam de programas de apoio do Governo Federal.
Há portanto uma preocupação com uma maior digitalização do Bolsa Família. Especialistas dizem que esse movimento pode ter um efeito contrário e acabar excluindo ainda mais pessoas que precisam de fato deste benefício. O Ministério da Cidadania segue debatendo o caso em reuniões.