De acordo com um levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), os preços dos automóveis zero quilômetro de todo o país caíram cerca de 2,76% no mês de junho deste ano. Houve um aumento expressivo do setor devido ao programa de incentivos do governo federal à indústria automotiva nacional.
Todavia, os descontos apresentados, na forma de benefícios fiscais às montadoras de veículos do país foram um grande sucesso, aumentando exponencialmente as vendas dos chamados carros populares. As informações do IBGE constam na pesquisa sobre o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) do instituto.
Essa queda de preço não atingiu apenas automóveis novos negociados no país. Os veículos usados também apresentaram um recuo de 0,93% durante o período da pesquisa do IBGE. O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin (PSB), diz que o programa bateu a sua meta.
A princípio, durante o desconto fiscal fornecido às montadoras que atuam no país, foram vendidas cerca de 125 mil unidades dos carros populares, que eram negociados a um valor máximo de R$120 mil. Até mesmo os veículos usados geraram interesse da população, ou seja, houve um grande benefício para o mercado automotivo.
Preço dos automóveis
O Governo Federal finalizou seu programa de descontos tributários para a indústria automobilística no dia sete de julho. Os bônus dados às montadoras ficaram entre R$2 mil e R$8 mil. Ademais, o objetivo era o de estimular a venda deste automóveis novos e mais baratos encontrados no mercado, aumentando as suas vendas.
Desse modo, o programa durou apenas um mês. O Governo Federal estimava uma duração de quatro meses, ou enquanto durassem os subsídios dados às montadoras de veículos. No final do programa, ainda havia cerca de R$50 milhões, mas a Renault, Chevrolet, Hyundai e Toyota pediram por mais descontos para sua produção.
Vale ressaltar que durante o programa dos carros populares, foram dados R$650 milhões de subsídios, ou seja, este valor era o teto estabelecido pelo Governo Federal, descontando os impostos. Com o fim dos descontos dados à indústria, espera-se que os automóveis negociados no país retornem aos seus preços antigos.
De acordo com a Associação Nacional de Veículos Automotores (Anfavea), os valores negociados para os automóveis devem subir, após os descontos dados pelo Governo Federal. Entretanto, espera-se que os preços continuem baixos, devido a uma expectativa de o Banco Central reduzir a taxa básica de juros da economia.
Indústria automotiva
Segundo Márcio de Lima Leite, presidente da Anfavea, sobre uma possível queda da taxa Selic, “Uma coisa pode compensar a outra, e o mercado manter a normalidade”. O Ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), no início do programa, disse que a indústria automotiva no país vinha tendo um resultado frustrante.
Para Haddad, o objetivo do governo era o de auxiliar a indústria nacional a fazer uma travessia, até que fosse possível, haver uma redução da taxa Selic. Dessa forma, haveria um aumento dos financiamentos de automóveis, o que possibilitaria uma retomada para que as montadoras pudessem prontamente se reerguer.
Geraldo Alckmin afirma que durante o programa, houve casos em que as montadoras apresentaram uma redução de valor para os carros populares, de 14%, 16% e até 21%. Para ele, o resultado foi bastante positivo. Houve um aumento não apenas de automóveis até R$120 mil, mas também de veículos um pouco mais caros.
Ao todo, 11 montadoras participaram do programa de descontos tributários do Governo Federal: Fiat, Volkswagen, Renault, Hyundai, General Motors (Chevrolet), Peugeot/Citroën, Nissan, Toyota e Honda. Cerca de 34 modelos receberam os bônus, o que aumentou bastante as suas vendas no mercado nacional.
Sucesso de vendas
Foi registrado na última semana de junho, a maior venda de automóveis nos últimos dez anos. Entretanto, o recorde histórico se deu no dia 30 de junho, quando foram emplacados no país, 27 mil veículos. Segundo Alckmin, “Se você pegar o auge da indústria automobilística, foi de uma produção de 3,8 milhões de veículos”.
Em conclusão, o vice-presidente afirma que a produção atual é de 2,3 milhões de automóveis, e que no auge da produção, não houve o emplacamento de tantos veículos no país. O programa do Governo Federal cumpriu seus objetivos. De fato, as montadoras dizem que antes, o mercado estava estagnado.