Um dia depois de anunciar que pode criar um projeto para fornecer passagens aéreas a R$ 200, as empresas de aviação começam a se manifestar sobre o projeto. Uma das empresas, por exemplo, foi a Azul. Representantes da companhia disseram em entrevista à Folha de São Paulo, que enxergam a ideia com “bons olhos”.
“É uma proposta diferente, acho que vamos poder debater e estamos ansiosos até para começar a conversar mais sobre o programa”, disse Fábio Campos, diretor de relações institucionais, aeroportuárias e comunicação da Azul.
“Nenhum lugar do mundo roda com 100% de ocupação, acho que é impossível isso. Mas se há oportunidades para fomentar mais viagens de mais brasileiros, eu não vejo porque não sentar para discutir. É tudo muito principiante ainda, mas estamos vendo como uma oportunidade interessante”, diz Campos.
Além da Azul, a Gol também se pronunciou sobre a possibilidade de efetivação do programa. “(Estamos) sempre à disposição para contribuir com o Governo na viabilização de um projeto que amplie ainda mais o acesso da população ao transporte aéreo”, afirma a companhia.
Entre as grandes, a Latam foi a única que decidiu não se manifestar. Seja como for, a Associação Brasileira de Empresas Aéreas (Abear), que responde pela Latam, disse que está disposta a dialogar com o Governo sobre a situação. “A companhia está aberta e disposta a conversar sobre o projeto que vai beneficiar grande parte da população brasileira”
O que é o Voa Brasil, anunciado pelo governo LULA?
O Voa Brasil é um projeto que pretende oferecer passagens que normalmente seriam ociosas no valor de apenas R$ 200. A ideia é que apenas servidores públicos federais, estaduais e municipais, além de aposentados e estudantes com FIES possam entrar no sistema.
Em entrevista, o Ministro de Portos e Aeroportos, Márcio França (PSB) disse que haverá um limite de renda para evitar que pessoas com maior poder aquisitivo usem da prerrogativa de viajar a partir de valores mais baratos.
O Ministro também explicou que o programa não deverá permanecer aberto durante todos os meses do ano. A ideia é oferecer o projeto apenas nos meses que não são considerados de alta temporada. Segundo o Ministério, são estes momentos que registram maior número de assentos ociosos.
“Da metade de fevereiro, a março, abril, maio e junho. Depois agosto, setembro, outubro e novembro. Vamos começar, se tudo correr bem, ainda nesse segundo semestre”, completou Márcio França.
Aumento da passagem do avião
Um dos temores de parte importante da população é a possibilidade de o projeto em questão acabar gerando um aumento da passagem de avião para o público em geral. Em entrevista à CNN Brasil, o Ministro Márcio França rechaçou esta possibilidade.
“As passagens tem que baixar de preço. O avião é calculado assento por quilômetro, ou seja, quanto mais assentos por quilômetros estiverem preenchidos mais barato tem que ficar o preço. Evidente que quando as pessoas compram de maneira imediata de hoje para amanhã, de hoje para hoje à tarde, costuma ficar muito caro”, disse o Ministro.
“A gente foi buscar alguém que já tivesse vínculo conosco: Servidor público, servidor de estatal, servidor municipal, estadual, federal, também aposentados, pensionistas e estudantes que tenham FIES. Todos esses poderão se encaixar nesse programa”, disse o Ministro na entrevista concedida à CNN Brasil no dia 13 de março.