Museu da Língua Portuguesa: Após incêndio em 2015, obras de restauração são concluídas
O Governo do Estado de São Paulo escolheu o dia 17 de julho como data oficial para a reabertura do Museu da Língua Portuguesa, na estação da Luz, em São Paulo, que sofreu incêndio, em dezembro de 2015, e estava fechado desde então.
De acordo com laudo do Instituto de Criminalística (IC), o fogo foi causado por defeito em um dos holofotes do prédio na região central da capital e ocasionou a morte do bombeiro civil Ronaldo Pereira da Cruz após sofrer uma parada cardiorrespiratória. Ele atuava como bombeiro do museu.
A fim de manter o local o mais seguro possível para os colaboradores e visitantes após a reabertura, o Museu elaborou um projeto detalhado de medidas de segurança contra incêndio. Com atuação da Associação Brasileira de Sprinklers (ABSpk), uma das principais providências tomadas foi a adoção de sprinklers, conhecidos como ‘chuveiros automáticos’, um dos mais eficientes no controle de incêndios, pois combate as chamas ainda no início, evitando que o fogo se alastre no estabelecimento.
A inclusão deste sistema foi recomendada pelo próprio Corpo de Bombeiros como um sistema complementar, já que, pela legislação vigente, este sistema não era obrigatório devido à tipologia da edificação.
Desde o início da reforma, a ABSpk ofereceu apoio e atuou no processo de revisão do projeto, desenvolvido por projetista especializado, bem como na fiscalização da obra durante a execução do sistema de sprinklers. Para tanto, foi firmada uma parceria entre a ABSpk e a Fundação Roberto Marinho, responsável pela reconstrução do Museu em parceria com o Governo do Estado de São Paulo.
“A ABSpk supervisionou, voluntariamente, o projeto e instalação dos sprinklers por entender a importância do sistema de proteção em qualquer edificação, reafirmando o comprometimento com a preservação de vidas e patrimônio”, afirma Marcelo Lima, associado da Instituição pela FM Global.
Custando o total de R$ 81,4 milhões, as obras de recuperação foram entregues em dezembro de 2019. Em março do ano passado, pouco antes de o estado de São Paulo entrar em quarentena, o museu chegou a reabrir para visitas educativas. Agora, reabre com todos os cuidados necessários a fim de combater a disseminação do novo coronavírus.
“Realizamos um trabalho minucioso de auxiliar o Museu no que se refere ao projeto de instalação e verificação dos sprinklers. Após receber o projeto inicial, nós montamos um time de especialistas da ABSpk, que avaliaram todos os detalhes e alternativas para que as instalações fossem executadas da forma adequada. Desde o início da obra, uma vez por mês, nossa equipe compareceu ao local para verificar o andamento da execução do projeto e, assim, indicar possíveis revisões e adequações em campo”, explica Felipe Melo, presidente da ABSpk.
“A parceria com a ABSpk é essencial para garantir que teremos um sistema de combate a incêndio por chuveiros automáticos instalado totalmente em consonância com as normas e as melhores práticas. Nossa preocupação com a segurança do projeto está acima das obrigações legais exigidas pela legislação, destaca Larissa Graça, gerente do projeto pela FRM.
Após o incêndio do Museu da Língua Portuguesa, outros locais com patrimônio histórico também implantaram ou estão implementando o uso do sistema de proteção por reconhecerem que é o modo mais eficaz no combate a incêndio, tais como Museu do Ipiranga, em sua atual reforma, Museu de Imagem e Som e Museu na Nacional, ambos no Rio de Janeiro.
Além do presidente da Associação e de Marcelo Lima, participaram da equipe os especialistas Aline Correa (FM Global), Eduardo Freitas (Tecnofire), Raquel Aline Rizzatte (Ipê Consultoria) e Ricardo Shirakawa (CTK Projetos).
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