Uma mulher de 44 anos de idade morreu na fila de espera por um benefício social na madrugada desta quarta-feira (17), em Paranoá, no Distrito Federal. Janaína Nunes Araújo passou mal por volta das 4h da manhã enquanto aguardava para tentar pegar uma ficha de atendimento. Ela chegou a ser levada para um hospital da região, mas não resistiu.
Vários cidadãos presenciaram o momento em que Janaína passou mal e buscaram ajuda. Não há uma informação oficial sobre o motivo da morte, mas os relatos de cidadãos dão conta de que ela tinha sinais de infarto e de que reclamava de fortes dores no peito. Pessoas próximas disseram que ela buscava atendimento por 8 dias.
A Secretaria de Desenvolvimento Social do DF (Sedes-DF) confirmou a morte e lançou uma nota sobre o caso. “Diante do lastimável ocorrido, esta secretaria manifesta solidariedade aos familiares e amigos, e informa que está prestando toda a assistência necessária”, diz a Sedes. Eles não deram mais informações sobre o benefício que a mulher buscava.
Ainda de acordo com relatos de pessoas próximas, Janaína não estava conseguindo receber nenhuma ajuda social nem do Governo Federal e nem do governo distrital. Amigos também disseram que ela sofria de problemas psicológicos. Ainda não há informações sobre a família, mas os relatos dão conta de que ela era a única integrante da casa dela no local.
Nas últimas semanas, várias agências do Centro de Referência em Assistência Social (CRAS) registraram longas filas por atendimentos no DF. Em vários deles, apenas uma parte das pessoas conseguiram algum tipo de atendimento nos locais. Outros tinham que voltar para casa para tentar a sorte no dia seguinte.
Os casos de superlotação de agências do CRAS não se resumem ao Distrito Federal. De acordo com relatos de usuários e imagens que circulam pelas redes sociais, várias capitais registram longas filas que atravessam quarteirões inteiros.
Cidades como Recife, Porto Alegre e Curitiba tiveram que alterar o local de atendimento para tentar atender mais gente ou ao menos realizar mutirões para aumentar a capacidade de atendimento. Mesmo assim, as filas seguem se formando.
No Rio de Janeiro, a semana começou ainda mais complicada para os cidadãos que desejam atualizar ou entrar no Cadúnico. Por causa das ações de um hacker que interferiu no sistema da prefeitura, os serviços estão suspensos por tempo indeterminado.
A simples entrada no Cadúnico não garante automaticamente o recebimento de nenhum benefício social. Contudo, quem faz parte da lista passa a ter mais chances de seleção por parte de um projeto das esferas do Governo.
Quem está no Cadúnico, por exemplo, tem mais chances de ser selecionado para programas como Auxílio Brasil, vale-gás nacional e a Tarifa Social de Energia Elétrica. Além disso, governos estaduais e municipais também podem usar as informações.
De todo modo, analistas indicam que o aumento nas filas das sedes do CRAS e do Cadúnico nas capitais brasileiras, pode ser um indício de que mais pessoas querem passar a fazer parte do Auxílio Brasil do Governo Federal. O programa acabou de registrar um aumento de R$ 400 para R$ 600 mínimos.