O mercado financeiro voltou a revisar sua previsão para a inflação e Selic ao final de 2021, que agora passa para 8%, sendo a primeira vez no ano que chegamos a tal patamar. Há apenas um mês atrás, a previsão do mercado era de 7,05%. O mesmo mercado ainda se mantém mais otimista para a inflação ao longo de 2022, que deve rondar entre 3,98% e 4,03%.
Os números são do Boletim Focus, que foi divulgado no início desta segunda-feira pelo Banco Central (BC). O documento reúne as expectativas de mais de 100 instituições que integram o mercado financeiro.
Uma meta é fixada todo ano pelo Conselho Monetário Nacional, que define até quanto o IPCA não deve ultrapassar ao longo do ano. O objetivo da meta era não ultrapassar os 5,25%, porém a previsão é mesmo de uma inflação acumulada que chegue aos 8%. A Selic é a principal ferramenta para o controle da inflação monetária.
E como uma projeção que é cada vez mais alta para a inflação, o mercado também subiu a sua expectativa para a taxa básica de juros, saindo de 7,63% e então fixando em 8% para o final de 2021. Lembrando que quanto maior estiver o índice inflacionário, maior a tendência de que o Banco Central aumente a taxa Selic.
Atualmente a taxa Selic está fixada em 5,25% ao ano, após a alta de 1 ponto percentual que aconteceu na última reunião no mês de agosto. Haverá uma nova reunião no mês de setembro, onde a expectativa do mercado é de uma nova revisão da taxa Selic.
Crescimento menor da economia mudou as perspectivas
Se de um lado a previsão da inflação e Selic estão aumentando, as perspectivas do mercado financeiro são de que deve acontecer um recuo da economia. A previsão que era de 5,15%, recuou mais uma vez para 5,04%. Há apenas um mês atrás, a perspectiva do mercado era de 5,28%.
Para 2022, a previsão do Produto Interno Bruto (PIB), está um pouco abaixo de 2%, mais precisamente em 1,72%. Há quatro semanas esse número é de 2,04%, tendo sido agravado por conta das incertezas políticas.
Detalhes sobre o PIB, inflação e câmbio para 2022
O Produto Interno Bruto – PIB, é a soma de todos os produtos e bens que são produzidos com algum valor por um país. E se a perspectiva do mercado financeiro já não é alto para 2022, também não deve se estender muito para 2023 e 2024, onde a expansão deve chegar a apenas 2,5%.
A expectativa para a cotação do dólar subiu no final do ano, saindo de R$ 5,10 para fechar o ano em R$ 5,15. Em 2020, com uma menor inflação, o dólar terminou o ano cotado em R$ 5,08. Para a previsão de 2022, a previsão é que a moeda americana termine o ano cotada em R$ 5,20, com a queda da inflação nos Estados Unidos.