O Banco Central (BC) divulgou nesta segunda-feira (26/06), os dados de seu relatório Focus, publicação semanal online que resume as expectativas do mercado em relação à economia do país. Dessa vez, o levantamento apresentou informações sobre a expectativa de uma inflação reduzida e um PIB maior para este ano.
A estimativa para a inflação de 2023 ficou um pouco menor, com o índice batendo a casa dos 5,06%. Todavia, a projeção do relatório Focus, ainda está acima da meta do Governo Federal, para o teto do índice de preços em 2023, que é de 4,75%. Dessa maneira, a inflação prevista supera os valores esperados para esse ano.
Analogamente, os economistas que atuam no mercado financeiro que foram entrevistados para o levantamento do Banco Central estimam uma maior alta do produto interno bruto (PIB) nacional, para este ano de 2023. O relatório Focus desta semana ouviu mais de 100 instituições financeiras sobre as projeções econômicas.
Esse recuo da pressão inflacionária do país apontado pelo relatório Focus demonstrou um recuo das estimativas feitas pelos economistas entrevistados. Anteriormente o índice estava em 5,12% ao ano, e passou para 5,06%. Ademais, a queda na estimativa da inflação vem de números positivos apresentados.
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou recentemente o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). De acordo com a pesquisa realizada, a inflação no mês de maio ficou em 0,23%. No acumulado de 12 meses, o índice está em 3,94%, abaixo da previsão do mercado financeiro para a inflação.
Dessa maneira, é conveniente observar que mesmo com a inflação mais baixa do que o previsto, ela ainda está maior do que o teto estabelecido para os índices inflacionários do Governo Federal para 2023. Essa meta, atualmente, está em 3,25%. Foi o Conselho Monetário Nacional (CMN) quem a definiu.
Vale ressaltar que a meta do teto da inflação instituída pelo Governo Federal será cumprida se o índice anual estiver entre 1,75% e 4,75%. Desse modo, no caso do mercado financeiro acertar em suas estimativas, esse será então o terceiro ano seguido em que há um estouro exponencial da pressão inflacionária no país.
Isso quer dizer que o IPCA estará acima do teto inflacionário instituído pelo Governo Federal. É preciso considerar que a inflação de 2022 ficou em 5,79%. Quando há um recuo da inflação, os cidadãos brasileiros podem observar um aumento em seu poder de compra, beneficiando a economia brasileira, seu mercado interno.
A princípio, com a inflação em baixa, ocorre uma redução nos valores dos produtos negociados. Para os trabalhadores, há um grande benefício visto que seus salários não são reajustados. Quem possui uma renda menor acaba obtendo inúmeras vantagens, podendo então aumentar bastante o seu poder de compra.
Dessa maneira, o mercado financeiro, segundo o relatório Focus desta semana, alterou as suas projeções para a inflação de 2024. Ela passou de 4% para 3,98%. Convém lembrar que o CMN estabeleceu como meta para o IPCA do ano que vem 3%, e será cumprida no caso de o índice de preços oscilar entre 1,5% e 4,5%.
O Banco Central, através dessas estimativas e informações, pode definir sua taxa de juros básica da economia nacional (Selic), em busca de combater a alta de preços. Sendo assim, o órgão já considera a meta da inflação para o ano que vem. A alteração, no entanto, demora de 6 a 18 meses para surgir o efeito esperado.
De acordo com as projeções do mercado financeiro apresentadas no relatório Focus, o crescimento do PIB para 2023 aumentou de 2,15% para 2,18%. Ele é a soma de todos os bens e serviços produzidos em território nacional. Com as informações é possível medir a economia do país e seu desenvolvimento.
Em síntese, a maior projeção sobre o PIB se deu após a divulgação do mesmo no primeiro trimestre deste ano. Houve de fato, um aumento de 1,9% relativos ao último trimestre de 2022. O índice apresentado ficou acima das expectativas do mercado financeiro. A previsão para 2024 passou de 1,20% para 1,22%.
A inflação no país vem sendo combatida de diversas maneiras. No governo passado, houve uma redução nos impostos cobrados sobre os combustíveis e energia elétrica. O Banco Central já vem a alguns meses mantendo sua taxa Selic em 13,75%, em busca de reduzir o IPCA. O problema é que essa estratégia acaba trazendo um menor desenvolvimento do PIB no país.