A expectativa é que o mercado de smartphones usados dobre de tamanho nos próximos dois anos. Segundo a consultoria IDC, a venda de smartphones usados representava 7,2% do total em 2020 e deve saltar para 16% de todas as unidades até 2024. Somente o mercado informal, que não contempla o processo de renovação, cresceu 10% no último ano.
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Isso acontece porque adquirir um smartphone novo e de ponta é um investimento elevado para a maioria dos brasileiros. Além disso, o cenário econômico não é vantajoso com inflação em alta e redução do poder de compra.
Dessa forma, um modelo popular lá fora finalmente ganha espaço no mercado nacional: os equipamentos “como novos”. O conceito aborda celulares ou eletrônicos usados, mas que passam por um processo de renovação. Com esse processo, os aparelhos ganham sobrevida porque recebem novas peças e são reconfigurados e remontados conforme os padrões de fábricas – além de terem sua garantia estendida.
Nesse processo, pelo menos 40% dos celulares têm algum componente trocado. Todos os componentes com detecção de desgaste funcional são testados por aparelhos e há a troca de itens estéticos, baterias, tampas e displays.
Já os seminovos e usados, encontrados no mercado informal, são apenas repassados pelos consumidores no estado em que se encontram. Ou seja, quem os adquire pode sofrer com problemas técnicos relacionados ao funcionamento do produto justamente por não ter a garantia oferecida quando se compra celulares “como novos” ou novos.
Mercado “como novo” já faz sucesso lá fora
Essa proposta é mais popular nos Estados Unidos. O país representa um quarto de toda a venda global dos aparelhos “como novos”. Lá, por exemplo, as próprias fabricantes, como a Apple, oferecem essa alternativa aos consumidores. Assim, o prazo de troca de aparelhos passou de dois para três anos entre os norte-americanos.
No Brasil, de acordo com levantamento realizado na base de dados da Leapfone, startup que oferece smartphones “como novos” no País, oito em cada dez brasileiros preferem assinar o plano que oferece dispositivos já utilizados anteriormente, mas que passam por um processo de recertificação. Trata-se de um plano bem mais em conta do que a assinatura de aparelhos novos e recém-lançados ao mercado.
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Estima-se que esse mercado tenha um crescimento médio anual de 10,23% entre 2022 e 2027 em todo o mundo, principalmente por melhorias nos métodos de coleta do dispositivo, reparos e venda on-line e off-line.
Os aparelhos utilizados pela Leapfone são comprados pela empresa e passam por uma triagem para identificar a parte funcional. A partir daí, são desmontados para avaliações estéticas. Se precisar, o aparelho recebe as novas peças e é montado conforme os padrões de fábrica.
A garantia também segue o padrão de fábrica, com um ano de duração. Já a vida útil do aparelho recertificado é estendida, tornando-se igual a um modelo recém-lançado. Na maioria das vezes, pode chegar a quatro anos de usabilidade.
Modelo de assinatura torna negócio sustentável
A startup também é pioneira na oferta desse tipo de produto no Brasil porque encontrou um modelo viável para aproximar o público dos smartphones “como novos”. Ela criou o modelo de assinaturas, que permite as pessoas podem adquirir aparelhos de ponta renovados com procedência confiável, garantia e seguro completo a um custo menor mensal.
A média de idade dos dispositivos utilizados no modelo de assinatura da startup é de dois anos – o aparelho mais antigo é o iPhone 11, lançado em 2019. O motivo para isso é a dificuldade em encontrar peças originais de modelos mais velhos, requisito essencial para obter a recertificação.
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Para isso, a Leapfone adota um sistema de logística circular. Basicamente, ela compra o aparelho e identifica as melhorias necessárias na estética e nas funcionalidades. A partir daí, faz a troca das peças e remonta conforme os padrões da fabricante. Por fim, passa por testes de qualidade e prossegue para ser reembalado com seus acessórios.
Depois é encaminhado para o setor de qualidade, que testará novamente as funcionalidades e avaliará a parte estética. Somente após essa etapa é que ele vai para a embalagem, incluindo acessórios, como cabo e fonte, ao pacote. Com essa economia circular, o aparelho tem, em média, três vidas úteis de locação.